estando à MARGEM
Escrevi esse poema no dia 17 de maio de 2017, quando cursava Graduação na UFAL. Ele nasceu em um momento de desesperança em relação ao ingresso no Mestrado. As experiências no Ensino Superior me levaram a acreditar que a Pós-Graduação não era um espaço para pessoas pobres e de origem interiorana. O meu futuro parecia estar em outras mãos.(Imagem presente no “Memorial Abelardo da Hora“. Fiz a fotografia em visita ao espaço, em 2023).
Autora da Poesia: Hebelyanne Pimentel da Silva.
Vivemos como loucos
Em um mundo excludente
E a nossa liberdade
É prática inevidente.
Somos povos abolidos,
Mas com essa inverdade
(im)posta com correntes,
Troncos e sabotagens.
Somos escravos agora,
Como fomos em outros tempos.
Mas o que nos escraviza
É a fome, a dor, o tormento.
Éramos comprados por senhores
E hoje somos do Estado
Dignidade:
– Não há!
Como não houve no passado.
E assim seguimos sós,
Categorizados ex-escravos,
Alimentando a hipocrisia
Imposta por esse espaço.
E morrendo esquizofrênicos,
Ditos pobres
Fracassados.
Leia outras histórias
A cidadania em Kafka
A palavra e a imagem no Apocalipse bíblico - parte 1
Birdwatching: Prefeitura de Itanhaém incentiva o turismo de observação de aves e lança rota
Volátil
Erika Theodoro: uma atriz que se redescobriu na pintura em tela
Desumana(MENTE)
A gosto
Mobi Dick chega a São Paulo em releitura teatral com linguagem da Palhaçaria
Sobre o autor
É Pedagoga, Mestra em Educação e autora da obra "Uma década de PROSA". Busca desenvolver, por meio desta coluna, reflexões majoritariamente autobiográficas sobre as condições de vida das pessoas de origem interiorana, especificamente do interior de Alagoas. Escreve, comumente, crônicas e artigos de opinião, mas também utiliza-se da linguagem poética, quando pertinente à temática destacada.
Versos impactantes👏👏👏👏
Tristes, porém realistas, meu caro jovem.