A gosto
E quando se pede que apague
O fogo que não labora em canto
Que não vinga, por mais que afague,
Da borda à base, o corpo santo.
E se não basta afago ou reza,
E se não podes mais poder
Rezar para o santo que preza,
Volta já à sina besta de querer.
Rompe o vácuo orgástico,
Arranca a veste que te prende
Às ilusões vãs de quem vende
A si mesmo o tom dramático.
Vai!
Esquece o que te firma à fórmula
Vai!
Não te medes por espelhos de homofonia
Vai!
Faz de teu gosto tua rima, teu caminho, teu canto…
Vai.
Sede o fim de tua sede
De ser nada além de ti.
Sobre o autor
Estudante de letras da Universidade Estadual da Bahia, escreve periodicamente para o portal Editoria Liivre. É também o criador do podcast Narrativas Invisíveis, que estreia em janeiro de 2025.