Romance histórico utiliza o carnaval como pano de fundo

E se você optou por passar o Carnaval em casa longe da agitação e dos bloquinhos, maratonando séries ou lendo um bom livro enquanto descansa, atenção à essa dica de leitura interessantíssima que tem tudo a ver com a época da folia.

Início dos anos 60, a trajetória de um sambista da comissão de frente da Portela. Candinho, morador de Cavalcanti, apaixonado por Maria das Neves, dona de olhos azuis, filha de alfaiate e costureira, refém de uma criação conservadora. Safiras de Candinho (Autografia) está disponível na Amazon e em diversas lojas e marca, em tempos de Carnaval, o retorno de José Leonídio aos romances de época e conta ainda com Carlinhos de Jesus,  também morador do bairro, num dos textos de apresentação do livro.

É de José Leonídio também o enredo “33, Destino: Dom Pedro II – composto em 1984 em parceria com a sua esposa, Regina -, que em 2022  marcou o desfile da Escola Em Cima da Hora com o mesmo “33 – Destino Dom Pedro II”, pela Série Ouro. O tema foi uma reedição da década de 1980, quando a agremiação desfilou pelo grupo 1-B (segunda divisão) na estreia do Sambódromo.

No enredo, e no livro estão a periferia de Cavalcanti e o dia a dia de um povo que constitui o outro lado das histórias mais comuns. “Habitualmente, ouvimos narrações em que o poder econômico se sobrepõe”, explica Jose Leonídio, trazendo à cena os populares.

Em Safiras de Candinho o garimpo se deu em torno da mistura de religiões, aborda a influência do samba, da dança e lança mão de outras lembranças do autor, morador de Cavalcanti, e de mais pesquisas que engrandeceram este romance com informações extras e indispensáveis ao momento histórico.

Antônio Candido, Candinho e Maria das Neves quando incorporada pela Pombagira Rosa do Porto; o Cisne Negro, Sá Toca, as Marlenes, Bolinha e a Mudinha, João Severino, Odila Vieira. A comissão de Frente da Portela; o compositor e poeta Fabrício, os compositores Baianinho, Zeca do Varejo, Dodô Marujo; o Bloco de Carnaval do Seu Sete da Lira e de Audara; a Pombagira Rosa Maria desfilando na Avenida Rio Branco; os bailes nos clubes e matinês; Toti, consumido pela tuberculose, tocando agogô no alto do Primavera e marcando a descida das baianas ladeira abaixo são alguns dos personagens mais relevantes da obra.

O ponto alto, segundo o autor, é Maria das Neves, que pela criação nunca dançou ou frequentou bailes, mas que por conta da entidade Pombagira Rosa do Porto possibilita que a moça baile com Candinho num espetáculo que deixa todos estupefatos. O amor de Candinho pelas safiras de Maria das Neves consagra-se no casamento dos dois e na união dos dois na comissão de frente da Portela, na Em Cima da Hora, nos bailes e na vida.

Sobre o autor

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Cidadão do mundo, jornalista por formação, comunicador por vocação, apaixonado por música, hardnews e ironia, fotógrafo por hobby, escritor e inquieto por criação. Autor de "Coisas da Vida", "O Diário de Arthur Ferraù", "Águas de Março", "Coisas da Vida" e da série "Labirintos do Coração".


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