uma narratiVa ImaginaDA?

 O legal da poesia é que ela nos permite dizer o que sentimos vontade. Ela confunde o leitor. Ele não sabe, ao certo, se é tudo uma invenção ou se descrevemos a realidade. Nesse texto mostro a condição do oprimido, quando percebe as características do opressor.

Autora: Hebelyanne Pimentel da Silva.

 

Tão corrupto

– Nojento!

Faz de tudo por dinheiro

Busca fama,

Privilégios.

De morte seu hálito tem cheiro.

 

Será que não percebe

Que a tudo adoece

Quando provoca, pelo mal que exerce,

Em meio a outros o desespero?

 

Lembro das suas palavras

Do seu vício em humilhar

Parecia sentir prazer,

Em cada sonho matar

Você quase conseguiu

Me impedir de caminhar

 

Canalha é bem pouco

– B****** é o nome que vou lhe dá!

 

Nem sei como você

Exerce tal profissão

Forma pessoas iguais a ti

Perpetuando a podridão

Fazendo-me acreditar

Que nada irá mudar

Em uma futura nação

É por seres como você

Que temos tal sociedade

– Profeta da hipocrisia!

– Negacionista da realidade!

Suas ações são necrófilas

E repletas de maldade

 

Poderia utilizar

Para o bem a inteligência

É genial sua tentativa

De provocar, em outros, demência.

 

Vive da bajulação

Levando a crer que a servidão

É o caminho, até então,

Para o progresso,

De quem da miséria sair tenta

– Você é uma pessoa nojenta!

 

Recordo cada palavra

Cada gesto indecente

Tornando privado o público

Nepotismo presente.

Lembro os discursos que mantém

Com hipocrisia evidente.

 

– Você tem alma e mente, doentes!

 

Você também dizia

De quem do caminho retirou

Vangloriando-se do poder

Sobre o espaço público que privou

Dizia que nesse lugar

Entra só quem lhe pagar

A mensalidade que criou

 

– Isso é nepotismo, senhor!

 

Então é assim feudal

A sua atuação?

Sei que escreve sobre pobres,

Sobre mulheres,

Critica a escravidão.

Imagino sua cabeça

Administrando a segregação

Entre o que diz e escreve

O que faz, nem menciono, por ocasião.

 

– Publica o que está na moda?

– Inspirações a outros pede?

Lembro que copiou meu texto

Após exposição breve.

Memorizei cada risada

Em socialização, como seu,

Do que não escreve.

 

Eu te entendo, cidadão.

Deve ser assustador.

A senzala invadiu

A casa, que dela, você roubou.

A ocupação chegou.

Provocando em ti, terror.

Justo no campo das ideias,

O medo te dominou.

 

Represento o que seus pais

Compraram para escravização.

É mais fácil fingir ser bom

Retratando, em textos, minha condição.

O que fará se, como eu,

Outros chegarem a essa percepção?

 

O que irá estudar?

Os relatos, copia e cola.

Lembro que até me disse

Que só artistas

Ocuparam cargos como os seus

Até essa hora.

Você é mesmo uma estrela.

A esquerda, brilha reluzente

Até a vinda da aurora.

 

Criticava atitudes iguais,

Vindas de outros par-ti-dos.

Ao ler sobre capataz,

Me veio à mente o seu egoísmo.

Não seria bem mais fácil,

Reconhecer o seu fascismo?

Pode ser que nessa mensagem

Você tenha se percebido.

Foi direto para ti

Sem o nome ainda explícito.

Confesso que a coragem.

– Meu senhor!

 

Fui buscar em…

um eu lírico.

 

Sobre o autor

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É Pedagoga e autora da obra "Uma década de PROSA". Busca desenvolver por aqui, reflexões, majoritariamente autobiográficas, sobre o conceito de democracia na sociedade capitalista. Escreve, esporadicamente, poesias e crônicas.


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