EU sou ASSIM

Um eu lírico ou um lírico EU? Eis a questão.

Autora: Hebelyanne Pimentel da Silva.

 

A imaturidade

O excesso de verdade

A minha incapacidade

De perceber a realidade

 

Sou apenas uma pessoa ridícula

 

Tantas vezes distante

Tantas vezes errante

Tantas vezes insignificante

Eu sou assim,

Próxima de muito do que me distancia de mim.

Sou faltas em excesso

Rascunhos do insucesso

Vestígios do regresso

Involuntárias pausas no verso

Virgulas entre sujeito e verbo

A personificação do precário estado de tédio

 

Sou crônicas de dias ruins

 

Para aqui complementar

A certeza da condição

Poderia dizer que passo

Do limite posto pelo chão

Sou pedaços de neve

Caídos no quente sertão

Prosa de quem bebe

Água com álcool e limão.

Poeira no limpo e claro salão.

Minha real descrição

Deixo ao todo

Nesse caótico lugar .

Várias palavras

Para quem deseja julgar.

Sou pouco sim

E muito não.

“Nada do nada no nada NADIFICADO em constante nadas de negação”

 

E para complementar

Tão verídica colocação

Digo que é um EU LÍRICO

O autor dessa poética confissão.

Sobre o autor

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É Pedagoga, Mestra em Educação e autora da obra "Uma década de PROSA". Busca desenvolver, por meio desta coluna, reflexões majoritariamente autobiográficas sobre as condições de vida das pessoas de origem interiorana, especificamente do interior de Alagoas. Escreve, comumente, crônicas e artigos de opinião, mas também utiliza-se da linguagem poética, quando pertinente à temática destacada.


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