Conto de Machado de Assis vira musical em São Paulo

O conto “A Igreja do Diabo”, de Machado de Assis, virou um musical nas mãos do ator, dramaturgo, compositor e diretor musical Guilherme Gila. O texto machadiano, originalmente publicado no livro “Histórias Sem Data” e disponível gratuitamente na internet, é marcado pela ironia e apresenta a história de quando o Diabo decidiu fundar sua própria religião, dando total liberdade para as pessoas serem livres para praticar impiedades. O que o Cramulhão não imaginava é que a tendência humana à contradição levaria os adeptos a praticarem o bem.

Na versão para os palcos, a obra ganhou um subtítulo e virou “A Igreja do Diabo – Um Musical Imoral e Hilário”, um espetáculo pop, com Edyelle Brandão, Rupa Figueira, Jorge William, Samir Alves, Giovana Brandão, Olivia Lopes e Ana Carolina Batista no elenco. Porém, não é a primeira vez que o título ganha uma adaptação. Em 2017, o filme “A Comédia Divina” levou a história para os cinemas com Murilo Rosa, Monica Iozzi, Thiago Mendonça, Juliana Alves, Dalton Vigh, Débora Duboc, Thogun Teixeira e Zezé Mota entre os atores.

Voltando à adaptação para os palcos, através da comédia e com músicas pop e pop-funk, o espetáculo conta a história do conto em três partes distintas, em um único ato. A primeira sendo a ideia da Diaba e a criação da Igreja; a segunda em um dia na Igreja do Diabo já criada; e a terceira mostrando os efeitos da Igreja a longo prazo, tanto no céu quanto no inferno.

Nesta nova roupagem do conto, o autor optou por trazer a moral como o ponto central, e as músicas do estilo pop, acompanhadas por coreografias de linguagem queer, representam a sonoridade dominada por artistas mulheres e LGBTQ+ (que ao longo da história sempre foram vistos como imorais), além de dar versatilidade à narrativa.

E para você, leitor, que está em São Paulo, fica o convite: a peça está em cartaz no Teatro do Núcleo Experimental, com sessões às segundas e terças-feiras, às 20h30, em curta temporada. Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla.

Sobre o autor

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Cidadão do mundo, jornalista por formação, comunicador por vocação, apaixonado por música, hardnews e ironia, fotógrafo por hobby, escritor e inquieto por criação. Autor de "Coisas da Vida", "O Diário de Arthur Ferraù", "Águas de Março", "Coisas da Vida" e da série "Labirintos do Coração".


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