Peça provoca reflexão sobre os perigos da homofobia

Tema cada vez mais abordado atualmente, seja na mídia, nas escolas, e em outros lugares, a homofobia segue imperando como um assunto preocupante, diante do número de homossexuais agredidos e, muitas vezes, mortos a cada dia. Segundo dados levantados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), apenas em 2017, no Brasil, o número de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) mortos em crimes relacionado a homofobia chegou a 447. O dado equivale a um assassinato a cada 19 horas e apresenta o maior número de mortes do tipo desde que o monitoramento começou a ser realizado pela entidade, há 38 anos.

As mortes aumentaram 30% em relação a 2016, quando 343 casos de morte foram registrados e ainda assim podem constituir um número aquém do cenário real, considerando os assassinatos não divulgados. Por mais que haja, atualmente, uma série de campanhas em prol dos LGBTs, infelizmente, o preconceito segue se manifestando das mais diferenciadas formas, seja nas redes sociais, nas ruas, em sala de aula…

De modo a provocar uma reflexão sobre os dramas vividos por homossexuais em relação ao preconceito sofrido por eles, a peça O Banheiro traz para o palco do Teatro Ribalta a história de um rapaz em conflito com sua própria sexualidade, Alessandro (Rafael Selve). Atormentado desde criança por pensamentos de pessoas preconceituosas, como uma psicóloga que o proíbe de gostar de determinados brinquedos por considerá-los femininos, é no banheiro que ele consegue encontrar refúgio para seus pensamentos.

Com o passar dos anos, diante da inibição em contar sobre sua sexualidade para a mãe, resolve morar sozinho e passa por uma série de descobertas que culminam para um desfecho provocativo e perturbador a respeito das vítimas de agressores homofóbicos. O preconceito quanto ao uso do banheiro público por travestis e transexuais, a não aceitação de si mesmo, entre outros aspectos, também são explorados na trama.

Dirigido por Filipe Lima e escrito por Brunno Dmitri, a peça fica em cartaz até o dia 29 de setembro e revela-se uma boa provocação para nos tirar da zona de conforto e permitir que possamos desenvolver melhor a empatia com tantas pessoas discriminadas.

Serviço:

Peça O Banheiro

Onde: Teatro Ribalta: Rua Conselheiro Ramalho, 673, Bela Vista, São Paulo – SP

Quando: sábados às 20h

Quanto: a partir de R$ 20

Até 29 de setembro de 2018

Sobre o autor

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Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.


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