Livro “O Som Que Mudou a História do Samba” conta a história do Fundo de Quintal
Após 116 horas de gravações e três anos e 11 meses de trabalho, além de quase dois de espera por causa da pandemia, a biografia “Fundo de Quintal – O som que mudou a história do samba”, do jornalista, escritor, produtor, roteirista e diretor de shows Marcos Salles, finalmente foi lançada e está disponível nas livrarias pela Editora Malê. No período, foram realizadas 161 entrevistas, com nomes como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Rildo Hora, Leci Brandão (que assina a apresentação do livro), Anderson Leonardo, Elza Soares, Jairzinho, Líber Gadelha, Mílton Manhães, Mauro Diniz, Nei Lopes, Ricardo Cravo Albin, Túlio Feliciano, além de muitos músicos, compositores, integrantes e familiares
A obra narra desde o início do Fundo de Quintal na quadra do Cacique de Ramos e como o nome foi escolhido; fala dos instrumentos criados ou usados pelo grupo de forma inovadora, da madrinha Beth Carvalho, das várias formações do grupo e de ex-integrantes que fizeram história no grupo – como Neoci, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sombrinha, Cléber Augusto e Mário Sérgio –, além da bossa dos irmãos Bira e Ubirany dançando o miudinho, da censura e de como o grupo “furou a bolha” e derrubou o preconceito da mídia, que abriu as portas para o samba. Estão no livro também, claro, os sucessos, os prêmios, muitas curiosidades e até temas polêmicos, como as drogas.
“O Fundo de Quintal é fundamental para a história do samba. Além de terem trazido de volta a cultura dos pagodes, que Bira, Ubirany, Sereno, Neoci, Sombrinha aprenderam com seus pais, sempre com música em casa, os integrantes trouxeram para o samba, de forma descompromissada, novos instrumentos. Enquanto Sereno adaptou a tambora de conjuntos de bolero como Los Panchos para ser o seu tantã; Ubirany criou o repique de mão; e Almir Guineto trouxe o banjo. A partir daí o samba mudou e muito também na forma de compor e cantar”, exalta Marcos Salles, autor do livro.
Sobre o tal banjo, aliás, o livro conta a verdadeira história do instrumento levado por Almir. Já a madrinha Beth Carvalho mereceu um capítulo à parte. Levada à quadra do Cacique por Alcyr Capita, na época capitão do time do Vasco da Gama, Beth foi a grande responsável pela descoberta. Ela levou o grupo, pela primeira vez, a um estúdio de gravação, indicou-o à gravadora RGE e ainda melhorou o primeiro contrato dele. A partir dali, a cantora passou a levar o Fundo de Quintal para vários programas de TV e sempre esteve de perto.
Com 448 páginas e diversas fotos, o livro “Fundo de Quintal – O som que mudou a história do samba” é, sem sombra de dúvidas, um importante documento histórico sobre resistência e se mistura às trajetórias de grandes astros do samba e também da Música Popular Brasileira. A obra é fundamental para conhecer essa banda que resiste ao tempo e tem uma história que começou na década de 1970 e sobreviveu às diversas mudanças que a música passou nos últimos anos sem perder a essência. Vale muito a pena!
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Sobre o autor
Cidadão do mundo, jornalista por formação, comunicador por vocação, apaixonado por música, hardnews e ironia, fotógrafo por hobby, escritor e inquieto por criação. Autor de "Coisas da Vida", "O Diário de Arthur Ferraù", "Águas de Março", "Coisas da Vida" e da série "Labirintos do Coração".