Projeto leva educação e cultura às crianças do sertão
O Brasil conta com cerca de 815.676 OSCs (Organizações da Sociedade Civil) ou ONGs (Organizações Não Governamentais), segundo o Mapa das Organizações da Sociedade Civil, parte integrante do relatório “As Fundações Privadas e Associações Sem Fins Lucrativos no Brasil”, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As entidades atuam nas mais diversas áreas que, em maior ou menor escala, são desassistidas pelo poder público. Exemplo disso, o Instituto Água Viva foi criado em 2015 como uma organização social sem fins lucrativos para atuar no sertão do Nordeste, sobretudo nos estados da Bahia, Piauí, Pernambuco e Paraíba.
“O sertão Nordestino foi escolhido por ser uma área de extrema pobreza e vulnerabilidade social, onde quase nenhum projeto governamental está inserido, e com IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) que estão entre os menores do país: uma média de 0,550 e com renda per capita abaixo de meio salário mínimo”, afirma Edgard Garcia, gerente do Pilar de Educação Complementar do Instituto Água Viva.
Ele afirma que a Instituição escolheu transformar e impactar a geografia de uma região pouco apoiada no Brasil e ser uma ponte para outras instituições na luta pela ressignificação e valorização do sertanejo. O trabalho está baseado em quatro pilares: saúde, educação, esporte e geração de renda.
“Com esses projetos, são atendidas mais de 15 mil crianças em situação de risco social agravante. Elas recebem reforço escolar com aulas de balé, música, informática e alfabetização. Já os adultos participam de projetos de geração de renda, como fábricas de bonés, camisas e chinelos, fábrica de violão, hidroponia, piscicultura e plantação de frutas. Ao todo, mais de 220 mil pessoas estão envolvidas nos projetos de forma direta ou indireta”, acrescenta.
Na área da educação, são desenvolvidas atividades relacionadas à alfabetização, música, inclusão digital e dança. No esporte, o instituto atua com futebol, atletismo, artes marciais e vôlei. Na área da saúde, o Instituto Água Viva atua com quatro vans médicas-odontológicas.
Já na geração de renda, o instituto desenvolve 24 projetos, como fábrica de uniformes, acordes e artesanato, além de projetos complementares, que incluem: perfuração de poços, adutora, projeto água pura – que, juntos, levam 3,9 bi litros de água por ano – e banheiros ecológicos, entre outros.
Instituto reuniu quase 3 mil alunos em espetáculos em dezembro
Cerca de 3 mil crianças e adolescentes participaram de espetáculos promovidos pelo Instituto Água Viva com o tema “Sementes do Brasil” em dezembro do ano passado As atividades incluíram apresentações de balé, música e encenações que celebraram a cultura nordestina e contaram com a participação de 1.567 bailarinas e 1.382 alunos de música que tocaram acordeon, cajon, flauta doce e violão, alcançando um público estimado de 3 mil pessoas.
“Muitas dessas crianças jamais tiveram a oportunidade de se apresentar para seus amigos e familiares. Com trajes bonitos, som e iluminação, os alunos do Instituto Água Viva brilharam, após meses de ensaios e dedicação”, afirma Garcia. “A música faz parte da nossa vida: traz paz, alegria, beleza e conta a nossa história. A música sertaneja é rica e cheia de raízes fortes”, diz ele.
Na base de América Dourada, na Bahia, foram realizadas apresentações de balé, música e encenações, com a participação de cerca de 50 crianças. Já em Miguel Calmon, também na Bahia, ocorreram espetáculos das oficinas de música e balé, com a participação de 100 crianças. Cerca de 300 familiares e amigos conferiram o que foi preparado pelos alunos em quatro meses de ensaio no Centro de Capacitação Elza Miranda.
“O espetáculo acabou por estimular a imaginação das crianças”, disse Suênia Santos, coordenadora do Instituto Água Viva na cidade. Ana Pricilla Nogueira, coordenadora do Instituto Água Viva na região de Chapada do Avelar, em Casa Nova, Bahia, contou que uma plateia formada pela comunidade local acompanhou os mais de 100 alunos, entre crianças e adolescentes, que ensaiaram durante seis meses.
“Foi um momento inesquecível, de muita ansiedade e alegria. Vi no rosto de cada aluno o prazer de se apresentar e mostrar o resultado daquilo que eles têm aprendido”, afirma Nogueira. “Alegria e emoção também marcaram o espetáculo de balé ‘As quatro estações’ e o recital de música, violão, cajon e vozes das crianças da base de Lagoa do Boi, onde os ensaios aconteceram desde outubro”, complementa.
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Sobre o autor
Cidadão do mundo, jornalista por formação, comunicador por vocação, apaixonado por música, hardnews e ironia, fotógrafo por hobby, escritor e inquieto por criação. Autor de "Coisas da Vida", "O Diário de Arthur Ferraù", "Águas de Março", "Coisas da Vida" e da série "Labirintos do Coração".