A CONTURBADA POSSE DE LARISSA DIAS NA PREFEITURA DE IPIAÚ E OS DESAFIOS DO “NOVO GOVERNO”
A posse da prefeita, do vice-prefeito e dos vereadores eleitos em Ipiaú, realizada na manhã de 1º de janeiro na Câmara Municipal, transformou-se em um cenário de tumulto e desordem. O evento, tradicionalmente marcado por discursos e formalidades, deu lugar a episódios de quebra de decoro parlamentar, xingamentos, ofensas e até destruição de equipamentos.
A cerimônia teve início em um clima aparentemente tranquilo. A Câmara estava lotada de familiares, amigos e cidadãos ipiauenses que aguardavam ansiosos o momento. Claudio da Embasa, vereador responsável por presidir a sessão, abriu os trabalhos seguindo o rito oficial. Contudo, a calmaria foi interrompida quando sete vereadores foram impedidos de serem empossados sob a justificativa de não estarem com seus diplomas em mãos.
Foi nesse instante que o caos tomou conta do plenário. O vereador Beto Costa foi o primeiro a questionar a decisão. Em resposta, Claudio da Embasa afirmou, que a sessão era uma das mais regimentares da história da Câmara Municipal de Ipiaú.
O vereador Edson da Star Vídeo também manifestou indignação, argumentando que, embora sem os diplomas em mãos, os parlamentares tinham o direito de serem empossados. Nesse ponto, Robson Moreira explicou que os diplomas já haviam sido entregues à secretaria e não precisavam ser apresentados diretamente ao presidente da sessão.
Insatisfeito com a condução do evento, Edson da Star Vídeo protagonizou uma cena de confusão. Em um ato de descontrole, arrancou o microfone das mãos do vereador Claudio e o arremessou violentamente ao chão. Em seguida, pegou outro microfone, que também foi jogado ao chão em um gesto brusco, intensificando o tumulto.
ESCALADA DE TENSÃO: AGRESSÕES E POLÍCIA NA POSSE EM IPIAÚ
Após o episódio de quebra de microfones, o clima de tensão na Câmara Municipal de Ipiaú atingiu seu ápice. O vereador Edson da Star Vídeo, ainda exaltado, aproximou-se do presidente da sessão, Claudio da Embasa, e, em um gesto de confronto, apontou o dedo ao rosto do colega enquanto proferia xingamentos e ameaças. Durante todo o episódio, Claudio denunciava as intimidações em voz alta, buscando manter o controle da situação.
A confusão gerou apreensão entre os presentes, especialmente em relação à segurança da ainda prefeita Maria das Graças, que estava sentada em uma cadeira posicionada atrás do púlpito, ao lado da prefeita eleita Larissa Dias e do vice-prefeito Orlando Santos. Temendo por sua integridade física, a equipe de segurança foi rapidamente acionada para proteger Maria das Graças de eventuais incidentes ou tentativas de agressão.
Diante do agravamento da situação, Claudio da Embasa decidiu solicitar apoio da Polícia Militar, medida que foi prontamente executada pelo tenente que, na ocasião, acompanhava a prefeita Maria das Graças. Em poucos minutos, a presença da polícia na Câmara Municipal trouxe uma tentativa de controle aos ânimos exaltados.
Mas essa presença da Polícia Militar, embora tenha sido acionada para conter a situação, não foi suficiente para acalmar os ânimos. As investidas do vereador Edson da Star Vídeo continuaram fomentando o clima de tensão na sessão de posse. Com a chegada das forças de segurança, um novo personagem entrou em cena: o vereador San de Paulista, que se uniu a Edson em atos que tumultuaram ainda mais o ambiente.
A dupla protagonizou momentos de desordem que transformaram a Câmara Municipal de Ipiaú em um verdadeiro “circo dos horrores”. O plenário, que deveria ser palco de respeito e solenidade, foi tomado por cenas de hostilidade, desrespeito e comportamentos incompatíveis com a seriedade do momento.
O episódio gerou perplexidade entre os presentes e expôs a fragilidade do ambiente político local. A posse, que deveria simbolizar o início de um novo ciclo de governança, foi marcada por desrespeito e atitudes que não condizem com o cargo público.
Esses acontecimentos refletem não apenas a necessidade de maior organização e respeito nas instâncias políticas, mas é também um alerta para a população ipiauense sobre os desafios que o novo governo enfrentará, especialmente em termos de harmonia e diálogo entre os representantes eleitos.
“REAÇÕES E DECLARAÇÕES: O QUE OS ENVOLVIDOS TÊM A DIZER SOBRE O TUMULTO NA POSSE”
A ex-prefeita Maria das Graças afirmou que o ocorrido foi inesperado e lamentável, mas ressaltou que incidentes dessa natureza são de responsabilidade da Câmara e dos vereadores, reforçando a distinção entre os poderes Legislativo e Executivo. Ela destacou que cabe à Justiça e à polícia avaliar e julgar os fatos.
Afirmou ainda que está se aposentando da política, passando a dedicar-se exclusivamente a ações como voluntária.
A atual prefeita de Ipiaú, Larissa Dias, afirmou que, ao assumir um cargo público, é imprescindível cumprir o dever e a responsabilidade de representar a população, além de buscar sempre dar o exemplo. Ressaltou que, o que se espera de seus representantes é respeito e seriedade, e lamentou profundamente a situação presenciada na Câmara de Vereadores, que considerou muito triste. Contudo, afirmou que “o ocorrido não ofuscou o brilho de um dia tão especial”, manifestando sua felicidade, emoção e gratidão à comunidade ipiauense por tê-la escolhido juntamente com o vice-prefeito Orlando Santos. Garantiu que trabalhará incansavelmente pela população e para a população.
Quanto aos índices divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os resultados das eleições (veja dados mais a baixo), Larissa Dias enfatizou que, passado o pleito, sua gestão será para todos, independentemente de quem tenha votado ou não nela.
Comprometeu-se a trabalhar, ouvir e cuidar de toda a população, com dedicação e inovação, sempre pensando no futuro do município.
A prefeita afirmou ainda que seu principal interesse é promover o desenvolvimento de Ipiaú. Destacou que educação e saúde serão prioridades em sua gestão, embora todas as áreas também recebam atenção. Anunciou que iniciará sua administração trazendo novidades, convidando os pais a matricularem seus filhos nas escolas municipais, pois grandes avanços estão sendo planejados para a educação de Ipiaú.
O vice-prefeito Orlando Santos afirmou que tais ocorrências são comuns em diversos cenários políticos ao redor do mundo, mas que, o que foi realmente discutido foi o regimento interno, que muitas vezes causa estranhamento na população, por não estarem familiarizados com seu conteúdo. Ele destacou que, tanto ele quanto a prefeita Larissa Dias estão comprometidos em continuar o trabalho em prol de Ipiaú. Ressaltou também que o cenário da Câmara de Vereadores não lhe pertence mais e, embora seja político, o poder é exercido de forma conjunta. Nesse contexto, afirmou que, como vice-prefeito, seu objetivo é seguir trabalhando ao lado da prefeita Larissa em benefício da população. Caso alguém se sinta ofendido, ele sugeriu que a parte interessada busque a via judicial para que se possa discutir e esclarecer quem está certo ou errado, reiterando que o regimento é soberano.
O vereador Robson Moreira fez declarações contundentes sobre a condução dos trabalhos e a presidência interina do vereador Cláudio. Robson iniciou apontando que Cláudio, como o mais velho da Casa Legislativa, presidiu a sessão, mas alterou o rito regimental de maneira inesperada.
“O regimento determina que os vereadores compareçam munidos de seus diplomas, mas não exige que sejam entregues nas mãos dele”, explicou Robson. No entanto, ele destacou que seu diploma já havia sido devidamente protocolado na diretoria legislativa, e os demais vereadores também estavam com seus documentos em mãos.
Segundo o relato, Cláudio criou um clima de tumulto ao insistir que os diplomas fossem entregues diretamente a ele, uma exigência que, de acordo com Robson, não encontra respaldo no regimento. “O artigo 12 é muito claro ao afirmar que é necessário a maioria absoluta para a eleição, mas o que vimos foi uma votação realizada com apenas seis vereadores, quando seriam necessários treze”, enfatizou.
Robson ainda apontou uma contradição na ata elaborada por Cláudio, que inclui os nomes de todos os treze vereadores, mesmo com a eleição sendo realizada sem o quórum necessário. Para ele, o regimento é inequívoco ao estabelecer que a presença do vereador na sessão, por si só, é válida, independentemente da apresentação formal do diploma.
Com tom de indignação, Robson atribuiu o tumulto à tentativa de Cláudio de mascarar a derrota de seu grupo político. “A presidência da Câmara não seria conquistada pelo grupo de Cláudio”, afirmou. Ele reforçou que o vereador Edson Marques será o novo presidente do biênio, apoiado por sete votos, o que configura a maioria absoluta.
Demonstrando confiança na justiça, Robson acredita que o regimento será respeitado, mas criticou o que chamou de “loucura” ao tentar impor a candidatura da vereadora Andreia, representante da minoria, sobre o apoio consolidado ao vereador Edson Marques.
O vereador finalizou expressando tristeza com o desfecho da sessão. “O que aconteceu ofuscou a posse não apenas dos vereadores, mas também da prefeita, do vice-prefeito e toda a celebração”, lamentou. Para Robson, este episódio ficará marcado como um momento lamentável na história do legislativo de Ipiaú.
A secretária de Educação de Ipiaú, Erlândia Souza, expressou profunda consternação ao comentar os acontecimentos recentes no legislativo municipal. Para ela, foi lamentável presenciar uma situação marcada pela falta de respeito, que culminou em atos de violência, incluindo a quebra de objetos durante a sessão.
“É muito triste vivenciar algo dessa magnitude. Não posso falar pelas ações de outros, pois cada indivíduo é responsável pelos próprios atos”, afirmou a secretária, em tom de reprovação.
Apesar do cenário conturbado, Erlândia fez questão de elogiar a conduta do vereador Cláudio, destacando sua calma e postura durante a presidência de uma sessão tão desafiadora. “Ele manteve-se dentro do regimento interno da Câmara, conduzindo os trabalhos com base legal”, reconheceu.
A secretária de Educação concluiu reiterando que todas as ações tomadas durante a sessão seguiram as diretrizes estabelecidas pelo regimento interno, reforçando a legitimidade do processo, mesmo diante de adversidades.
A vereadora Mônica Souza refletiu sobre os acontecimentos recentes na Câmara Municipal, reconhecendo que os desdobramentos tomaram um rumo inesperado. Recém-ingressa na política, Mônica destacou sua dedicação ao estudo do regimento interno, lembrando também de sua experiência prévia como funcionária da Câmara. “Com base no que tenho aprendido, a condução da sessão não foi equivocada, pois o regimento realmente exige a apresentação do diploma”, afirmou.
No entanto, Mônica admitiu ter se sentido sobrecarregada diante da confusão que marcou a sessão. “Estava a ponto de enlouquecer, porque não estou acostumada com esse tipo de tumulto”, revelou. Apesar disso, ela fez questão de parabenizar o presidente interino pela serenidade demonstrada durante os trabalhos e felicitou os colegas eleitos.
Em sua análise, a vereadora destacou um aspecto preocupante do episódio. “Percebo atitudes machistas, como se o preto e a mulher negra não fossem capazes. São marcadores que a sociedade insiste em discriminar”, pontuou. Ainda assim, Mônica demonstrou confiança na capacidade da vereadora Andreia Novaes, recém-eleita presidente da Câmara. “Acredito que Andreia fará um bom governo, irá trabalhar e, enquanto integrante da mesa diretora, estarei ao lado dela, ajudando no que for necessário”, afirmou.
Mônica Souza foi eleita segunda-secretária na mesa diretora presidida por Andreia Novaes, consolidando seu compromisso com a construção de um legislativo mais inclusivo e eficiente.
A vereadora Andreia Novaes, recém-eleita presidente da Câmara Municipal de Ipiaú, iniciou suas considerações destacando a expectativa de uma sessão tranquila, onde prevalecesse o respeito mútuo, independentemente de vitória ou derrota. “Não somos inimigos, somos colegas”, afirmou Andreia, reforçando que todas as ações foram conduzidas dentro do regimento interno da Casa, buscando a melhor forma de proceder.
Andreia fez questão de enfatizar que tudo foi realizado dentro da lei, seguindo estritamente o regimento interno, algo que, segundo ela, nem sempre é respeitado pelos vereadores. “Agimos conforme o artigo 7 e o artigo 12, tudo dentro da legalidade. Não infringimos nenhuma norma, como é costume em algumas situações nesta Casa. Existe um vício de desrespeitar o regimento, e muitos acreditaram que a lei nunca prevaleceria aqui”, criticou. Ela também destacou que o regimento interno é uma referência constante para ela. “Esse é o meu livro de cabeceira. Durmo com ele debaixo do meu travesseiro. Infelizmente, poucos vereadores leem o regimento ou têm real entendimento do que se trata”, observou.
No entanto, Andreia expressou surpresa e indignação diante do comportamento do vereador Edson Marques, que, segundo ela, quebrou o decoro parlamentar com agressões e danos ao patrimônio público. “Foi uma demonstração de destempero por não aceitar a derrota”, afirmou. Ela também sugeriu que o fato de ser mulher e ocupar uma posição de liderança pode ter intensificado a reação. “Talvez tenha pesado ainda mais para ele ver uma mulher empoderada na presidência”, pontuou.
A presidente explicou que a eleição da mesa diretora foi resultado de um acordo entre os dez vereadores que compõem a base da prefeita Larissa Dias. Segundo Andreia, ficou decidido que os mais votados entre os partidos PP, PT e Avante disputariam a presidência, sem interferência da prefeita, e o processo ocorreu conforme o combinado. “No entanto, mesmo após o acordo, alguns não aceitaram e continuaram buscando votos por conta própria”, lamentou.
Apesar da turbulência, Andreia expressou gratidão por contar com outra mulher ao seu lado na mesa diretora, a vereadora Mônica Souza. “Juntas, buscaremos construir um Ipiaú melhor, apoiando a prefeita Larissa Dias”, declarou. Ela reforçou seu desejo de trabalhar em harmonia com todos os treze vereadores, destacando que não pretende alimentar conflitos. “Quero sentar com todos para buscar a paz. Discussões são normais, porque ninguém gosta de perder”, afirmou.
Concluindo suas reflexões, Andreia destacou a constante luta das mulheres para conquistar e ocupar espaços de poder. “Existem cargos em que ainda há resistência à presença feminina, e isso infelizmente irá continuar, mas estamos aqui para mudar essa realidade”, finalizou, com um tom de esperança e determinação.
O vereador Cláudio da Embasa, que presidiu a sessão, afirmou ser lamentável presenciar uma Casa de Leis, onde deveria prevalecer a ordem, desrespeitar regras e regimentos. Destacou que a Câmara de Vereadores deve pautar-se rigorosamente pelo regimento interno, observando que a instituição tem repetido hábitos inadequados. Cláudio frisou que nunca se deixou de exigir a apresentação do diploma no ato de posse, conforme estabelece o artigo 7º do regimento, o qual determina que “o vereador será empossado munido de seu diploma”. Ele enfatizou que, durante toda a sessão, buscou garantir o cumprimento pleno das normas regimentais.
O vereador explicou que os parlamentares que apresentaram seus diplomas foram empossados, enquanto os que não o fizeram foram informados de que serão empossados assim que a nova mesa diretora convocar a posse. Ressaltou que, em nenhum momento houve recusa em empossar os vereadores, mas que o regimento interno precisa ser respeitado.
Cláudio descreveu o ocorrido como estarrecedor, mencionando que microfones foram danificados, houve ameaças de se rasgarem os diplomas e, em determinado momento, um vereador afirmou que o faria “engolir os diplomas”. A esse comentário, ele respondeu, de maneira irônica, que “não estava com fome no momento”.
Segundo Cláudio, o ato legal teve prosseguimento com a proclamação do tempo regimental de quinze minutos para a eleição da nova mesa. Contudo, a chapa apresentada pelos vereadores que não foram empossados foi considerada irregular, pois não incluía nenhum vereador devidamente empossado. Ele ressaltou que o artigo 12 do regimento, exigido pelos parlamentares, foi cumprido, uma vez que estipula a necessidade de maioria absoluta. Com treze vereadores presentes na sessão, o quórum foi suficiente para conduzir os trabalhos.
Sobre as alegações de que os diplomas foram entregues, o presidente da Câmara explicou que, embora tenham sido entregues, isso ocorreu fora do prazo estabelecido. Ainda assim, reiterou que a posse será concedida em momento oportuno.
Cláudio afirmou ainda que a responsabilidade pela escolha dos políticos recai sobre os eleitores. Ele sugeriu que, em municípios menores, onde a população tem maior proximidade com os candidatos, é possível evitar surpresas como a ocorrida. Rogou à Justiça Eleitoral por um endurecimento das leis eleitorais, defendendo a exigência de escolaridade mínima para o cargo de vereador. Segundo ele, para representar a população, os candidatos deveriam ser submetidos a testes que avaliassem compromisso com a lei e a ordem.
Sobre as acusações de manobras para garantir a presidência da Câmara, já que o grupo de vereadores não empossados detinha maioria para formar a nova mesa diretora, com Edson da Star Vídeo como presidente, Cláudio refutou a ideia de manobra. Alegou que os vereadores conhecem seu perfil e sabem que sua aspiração é conduzir a Câmara de forma 100% regimental. Ele afirmou que houve estrita observância do regimento interno, e que o não atendimento ao mínimo exigido pelo regimento, como a apresentação de documentação, foi o único motivo para o incidente.
Por fim, Cláudio assegurou que a Câmara tomará todas as providências legais em relação aos excessos cometidos na sessão, como os danos ao patrimônio público. Quanto às ameaças, declarou que não as levará em consideração. Concluiu destacando que, ao final, o controle da sessão foi restabelecido.
SOBRE OS VOTOS DADOS A LARISSA
As eleições municipais de 2024 em Ipiaú trouxeram à tona não apenas a escolha da nova gestão, mas também reflexões importantes sobre a participação popular no processo democrático. Larissa Dias foi eleita prefeita com 14.370 votos, representando 57,40% do total, enquanto seu principal adversário, Alipinho, obteve 10.664 votos, ou 42,60%. Embora esses números demonstrem uma vitória expressiva, outros dados das eleições merecem atenção.
Conforme a estimativa populacional do IBGE para 2024, Ipiaú conta com 42.507 habitantes. Destes, 33.006 estavam aptos a votar, mas apenas 26.330 compareceram às urnas, o que equivale a uma taxa de comparecimento de 79,77%. Por outro lado, 6.676 eleitores optaram pela abstenção, representando 20% do eleitorado. Além disso, 959 votos foram nulos (9,64%) e 337 registrados como votos em branco (1,28%), ou seja, nulos e brancos somam 10,92%. Esses dados indicam que, apesar de uma participação considerada razoável, ainda há um percentual significativo de cidadãos que não exerceram plenamente seu direito ao voto ou que decidiram anular ou deixar em branco sua escolha.
Os 14.370 votos que garantiram a vitória de Larissa Dias correspondem a, aproximadamente, 43,5% do total de eleitores aptos e 54,5% dos votos válidos. Isso significa que, apesar da ampla vantagem sobre o adversário, quase metade da população apta a votar preferiu o candidato da oposição. O dado levanta questões sobre a representatividade efetiva e a necessidade de ampliar os canais de diálogo entre governantes e governados. Como reconquistar a confiança de parte significativa da população em relação à política local?
JUSTIÇA DETERMINA SUSPENSÃO DA ELEIÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA DE IPIAÚ
Nesta terça-feira, 02 de janeiro de 2025, a Justiça Estadual da Bahia, em decisão liminar, determinou a suspensão das eleições que resultaram na vitória da vereadora Andreia Novaes como presidente da Câmara Municipal de Ipiaú. A decisão foi assinada pela juíza Leandra Leal Lopes, que também estipulou a convocação de uma nova sessão, no prazo de 24 horas, para a posse dos vereadores e a realização de nova eleição da mesa diretora. O descumprimento da decisão implicará em multa diária de R$ 30 mil.
Além de invalidar a eleição da mesa diretora, a magistrada determinou a repetição da cerimônia de posse da prefeita Larissa Dias e do vice-prefeito Orlando Santos. O caso será encaminhado ao Ministério Público e ao juiz competente para análise após o fim do plantão judiciário.
A decisão é passível de recurso, o que pode trazer novos desdobramentos para o cenário político de Ipiaú.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Procuramos o vereador Edson Marques para ouvir sua versão sobre os acontecimentos mencionados. Uma entrevista foi previamente agendada para o dia 02 de janeiro, às 15h30. Contudo, o vereador não compareceu ao compromisso, tampouco avisou ou justificou sua ausência. Além disso, não houve tentativa de remarcação por parte do vereador. A ausência foi registrada sem qualquer explicação.
Thomas Leuri Barbosa Souza
Leia outras histórias
Mundos que acabam na fotografia e no cinema, e a nostalgia que despertam
FAEP realiza 5ª edição da campanha de doação de sangue
Feliz aniversário: Conheça cidades que prestam homenagens para Peruíbe todos os dias
Diversos brasis cantados por Bethânia se destacam no carnaval de SP
Livro "O Som Que Mudou a História do Samba" conta a história do Fundo de Quintal
FAEP promove workshop de marketing e vendas para micro e pequenos empreendedores
Obras no Chico Latim vão custar mais de R$ 7 milhões aos cofres públicos
Energia solar já é a segunda maior fonte de energia do Brasil
Sobre o autor
Estudante de letras da Universidade Estadual da Bahia, escreve periodicamente para o portal Editoria Liivre. É também o criador do podcast Narrativas Invisíveis, que estreia em janeiro de 2025.