O Fantástico templo extraterrestre oculto no litoral

Após andar por uma trilha em meio à floresta e terminada a sensação de estar me movendo em círculos, uma construção magnífica apareceu em plena Juréia, bem aos pés da Serra dos Itatins. Tão bonita ela era. Impecável. Inefável. Com cores impossíveis de descrever com palavras humanas. O brilho dela fazia a alma sorrir e o coração pular de tanta alegria e felicidade…

Após encontrar o templo, fiquei feliz por vários dias e distribuí aos outros essa alegria que me contagia e me inebria…

***

Há muitas coisas desconhecidas na floresta que os nossos olhos não podem enxergar, os ouvidos escutar e o coração sentir, a não ser com a harmonia e a vibração correta. É preciso preservar a inocência, a humildade e o espírito fraterno. No fundo, creio que você sabe disso…

Eu nunca disse isso a ninguém, mas na maioria das vezes que eu entro na mata eu escuto em alto e bom som:

– “Você por aqui de novo, Márcio? Seja muito bem-vindo!”

Eu não sei muito bem de onde vem essa voz, mas confesso que quando eu não a ouço, fico preocupado e em estado de alerta-novidade.

Quanto maior o respeito com o que eu entro na floresta por cada ser existente, mais nítido o som fica e tenha a certeza que é assim também com você: Quanto maior a quantidade de amor que você carrega em seu coração, mais protegido você estará…

Devo deixar registrado, para o bem dos meus amados leitores que, após a deliciosa voz, as cores ficam mais nítidas e explodem em beleza. Tudo fica mais claro: as conexões, a sintonia e dinâmica da vida.

***

Era noite de 21 de dezembro.

Eu voltava a pé da Barra do Una, pois o último ônibus havia quebrado.

Negras nuvenzonas disputavam o espaço do céu com uma grande quantidade de estrelas…

Bichos pelo mato, aves de mau agouro e muitos grilos eram ouvidos…

Eu escutava tudo isso, os meus passos e as batidas do meu coração, quando, em um trecho da estrada, passei a escutar algo bem diferente.

Era o som de diversas pessoas conversando em uma linguagem difícil de entender.

O que seriam elas? Para onde iam? E o que faziam naquele local?

Decidi entrar na mata para ir atrás do som…

Após atolar o pé nos brejos e ralar o braço nas taquaras e brejaúvas, o caminho ficou todo iluminado à minha frente como que por um encanto.

Parecia os “olhos de gato” das rodovias mais preservadas do país, mas em plena mata fechada…

Uma multidão de pessoas diferentes seguia em procissão pelo caminho iluminado…

As pessoas emanavam luz…

Eu fiquei acompanhando escondido, ao longe, até que, uma moça muito alta, magra, negra, com os olhos grandes e puxados apareceu atrás de mim e disse assim:

-Aqui neste local tem um grande vórtice de energia e um grande templo oculto que só fica visível a cada 7 anos, somente no solstício de verão. Aqui fazemos uma reunião para planejar o futuro do universo e para confraternizarmos…

E…puf. Sumiu!

Fiquei sem entender e com muitas perguntas na cabeça, quando de repente o mais sensacional eu vi:

Havia um templo gigante bem no meio da mata!

Lindo, lindo e lindo, parecia feito todo de cristais.

Como isso era possível? Na mesma mata onde viveram todos os meus antepassados.

A beleza era tanta que as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto diante de tanta felicidade ao ver aquilo…

Muitas pessoas vinham de todos os lados, mas todas falavam de um jeito que eu não conseguia entender.

Eram ligeiramente diferentes e todos ignoravam a minha presença.

Me aproximei do templo e vi que as suas cores não eram conhecidas e difícil de descrever para vocês. Só quem viu sabe!

Resolvi entrar em uma fila que seguia para a porta principal e me senti pequeno: Todos eram muito maiores que eu.

Observei que eles se cumprimentavam pelo olhar e um a um entravam dentro de um suntuoso salão de cristais, de brilho tão intenso que eu não conseguia ver direito o que havia lá dentro.

Finalmente chegou a minha vez. Dali a alguns minutos estaria eu no interior daquele lugar mágico.

O que tinha lá dentro? Como era? Quem comandava? O que faziam?

Eu pensava nestas coisas quando dois homens -com túnicas de cor indescritível – me fecharam a entrada, com os seguintes dizeres:

-“Retira-te. Ainda não é a tua hora!”

Eles me escoltaram para fora do santo lugar e pediram para eu não olhar para trás. Fomos caminhando por um bom tempo, não sei precisar ao certo o quanto andamos, até que o chão iluminado se apagou e os dois homens sumiram. Olhei para trás e não vi mais templo algum e nem o local exato onde ele se encontrava. Me vi sozinho em meio a mata. Me bateu um ligeiro medo.

Sei que outras pessoas também viram o lugar, sei quem são, mas guardo em segredo o nome delas, assim como elas guardam as suas visões…

Ao chegar de volta a estrada, quem olhou para o céu – assim como eu, naquele 21 de dezembro e solstício de verão – pôde ver dezenas de estrelas cadentes voando ao contrário – da terra para o alto – em direção ao espaço infinito…

Texto e Criação: Márcio Ribeiro

Imagem: Khusen Rustamov por pixabay

Contato: [email protected]

Trata-se de um obra de ficção

Todos os direitos reservados / Outubro de 2022

Supostos Alienígenas são fotografados em Peruíbe/SP

Conto: “Vírus da Juréia pode dizimar a humanidade”. Todas as 5 partes

Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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