Moradores fazem protesto pacífico na Câmara Municipal e cobram melhorias

De: Associação da Comunidade do Guaraú (ACG)

Representados pela Associação da Comunidade do Guaraú (ACG), moradores de diversos bairros, entidades e coletivos foram à Câmara Municipal para cobrarem os vereadores a prometida comissão parlamentar de acompanhamento da Serra do Guaraú, a solução para as ruas de terra que inundam com as fortes chuvas e formam buracos, além da retirada dos horários de ônibus, que prejudicou a vida de muitos: munícipes que precisam se locomover para atividades em diferentes pontos da cidade, trabalhadores, alunos e agentes do turismo

O Ato teve início  em frente à Câmara, com uma manifestação da qual participaram, além de membros das comunidades que vivem ao longo das Estradas do Guaraú e da Barra do Una, moradores do Bananal, Caraguava e Jardim Somar, que também estão sofrendo com a redução dos horários de ônibus. Em seguida, foi lido na Tribuna Livre um extenso documento, assinado pela ACG, entidades e coletivos mencionados ao pé da matéria, que reivindicam o direito de ir e vir com segurança e viver com dignidade.

À reportagem, foi enviado o seguinte informe, por parte dos reclamantes:

“Esse direito está sendo negado não é de hoje, tratando-se de  problemas que estão sendo ignorados pelo Executivo e o Legislativo de nosso município”

“A Estrada Paulo Eugênio Broio, conhecida como Serra do Guaraú, único acesso a esse bairro, às comunidades, praias paradisíacas e cachoeiras ao longo da Estrada do Una, sofreu em 2019 um sério deslizamento e, apesar das obras já realizadas, ainda apresenta diversos pontos de alto risco. Esses pontos, detalhados em diversos laudos da empresa DG Recon Engenharia, do Instituto de Pesquisas Ambientais e do CAEX, órgão do Ministério Público, exigem um extenso cronograma de obras a curto, médio e longo prazo. Por esse motivo, foi pedida a instauração da Comissão Parlamentar, prometida pela Câmara Municipal em reunião realizada no dia 28 de junho no gabinete da presidência, mas que até o momento não foi criada e não foi justificado o motivo. O que mostra o descaso do Poder Legislativo, uma vez que o próprio Presidente da Casa manifestou-se favorável, porém não tomou as medidas necessárias para que de fato isso aconteça.

Outro problema que viola o direito de ir e vir com segurança e viver com dignidade é o estado das ruas de terra do Guaraú, da Estrada do Una e outras localidades da cidade, cuja solução tem sido dada e repetida inúmeras vezes durante anos, ao Prefeito e aos Vereadores: cascalhar as ruas e usar a máquina apenas para ajustes, cuidando para que seja feito o abaulamento da estrada, o que não acontece, uma vez que a máquina é usada de maneira errada, pois cada vez afunda o nível da pista, causando enchentes e formando buracos, inclusive em dias secos. Em alguns casos, moradores ficam ilhados em suas residências, perdendo dias de trabalho, consultas médicas e etc.

E há  o agravante de sermos uma cidade turística, onde os trabalhadores da área são impedidos de realizem seu trabalho de forma satisfatória, uma vez que os acessos a diversos pontos turísticos estão prejudicados.

Quanto aos horários de ônibus, novamente a população mais necessitada é a mais prejudicada, pois é impedida de locomover-se com dignidade, sendo necessário sair de suas casas em horários que fogem de suas realidades. Ou muito cedo ou voltando para suas casas tarde demais, por conta de uma tabela de horários que não reflete sua realidade diária, sem contar que a cada ano os horários de ônibus são subtraídos e em contrapartida aumenta-se o valor  da tarifa, por um serviço que perde em qualidade de atendimento.

Embora esses assuntos sejam de fundamental importância para todos, uma vez que toca moradores, veranistas e turistas, no dia 20 de setembro, dos Vereadores presentes a grande maioria virou as costas à comunidade, se levantando durante a Tribuna Livre e saindo sem ao menos se justificarem, comentarem ou sugerirem apoio aos problemas que as comunidades sofrem,  mostrando uma  falta de compromisso sem tamanho com o público que estava presente na Câmara e quem acompanhava a Sessão on-line.

Ao Presidente da Câmara e demais Vereadores, os moradores que sentem-se prejudicados pelo que vem acontecendo gostariam de dizer que uma Manifestação Pacífica, ao contrário do que foi demonstrado por eles durante a leitura e mesmo após, significa respeito pelo próximo e que sobretudo a Casa de Leis é um lugar do Povo. Sem ele, não há governança.

A Administração de Peruíbe, incluindo aqui Poderes Executivo e Legislativo, precisam respeitar e cuidar de seus munícipes, realizando um trabalho transparente e de escuta, por meio de consultas públicas, pois é a população quem sofre com as consequências de ações que acontecem sem a devida participação popular e lembrarem-se de que como servidores, precisam ouvir e atender as comunidades durante todo o mandato.

Nós não vamos nos calar frente à omissão do poder público local, se preciso for levaremos a outras instâncias essa denúncia “

-ACG

A reportagem não ouviu a Câmara Municipal e nem fez perguntas para a assessoria de imprensa da Prefeitura de Peruíbe, até por conta da total ausência de resposta e descaso prestado na última solicitação feita para eles. Mesmo assim, o espaço está aberto, caso queiram dar uma nota explicando o caso aos moradores e contribuintes municipais.

Texto e Fotos: Associação da Comunidade do Guaraú (ACG)

Postagem e breve edição: Márcio Ribeiro / O Garoçá – Editoria Livre

Contato: [email protected]

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Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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