Encontro reúne lideranças para discutir políticas municipais para os povos e comunidades tradicionais de Peruíbe
Representantes de diversas comunidades se encontraram neste mês para discutir as políticas municipais para os povos e comunidades tradicionais de Peruíbe (PCTs).
A reunião aconteceu no Espaço Cultural Kilombo Baobá e por lá tiveram a oportunidade de fazer uma análise da conjuntura, situação atual e um diálogo sobre a importância da reestruturação do Conselho.
Entre os presentes, estavam a Associação Cultural Quilombo Baobá, Associação de Pesca da Barra do Una- APABAUNA, União de Mulheres Produtoras da Economia Solidária de Peruíbe – UMPES, Associação Cultural Afèfè Odarà Omí Ayé Dìda, Tenda de Umbanda Caboclo 7 Estrelas e Mamãe Oxum, Terra Indígena Piaçaguera, Coletivo Mulheres Caiçaras, Grupo Cultural de Fandango Caiçara – Raízes da Jureia, Coordenação Nacional das Comunidades Tradicionais Caiçaras (CNCTC) e O Garoçá.
Adriana Lima, Caiçara da Coordenação Nacional das Comunidades Tradicionais Caiçaras, explicou um pouco a respeito da importância da reunião:
“O conselho foi criado em 2017 através de decreto municipal e tem grande importância para o fortalecimento das políticas públicas para os diferentes grupos existentes nesse território. No entanto, na sua criação, o texto sofreu equívocos e desvio de atribuição quanto a abrangência, que precisam ser corrigidos, pois não está em consonância com a legislação federal. Foi abordado sobre a assessoria da Defensoria Pública Estadual através do Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade e Igualdade Racial (NUDDIR) junto à comissão do conselho, para elaboração de parecer quanto o teor da lei e este traz o embasamento necessário para propor as alterações-revisões necessárias para adequação da lei.
Também foi um momento de dialogar sobre a importância da organização dos PCTS em Peruíbe como um movimento autônomo, não vinculado ao poder público. Ou seja, ter dois espaços distintos que precisam ser ocupados com seriedade e compromisso coletivo para os PCTS terem visibilidade, serem conhecidos e respeitados na sua diversidade cultural. “-Adriana Lima
Agora, a ideia do grupo reunido é estudar as alterações que a comissão elaborou, convidar defensoria para uma reunião presencial, realizar live com representantes nacionais, mobilizar a juventude dos PCTs para participar desse espaço e realizar um novo encontro no dia 03 de setembro. Todos participaram ativamente e refletiram juntos que Peruíbe precisa valorizar a riqueza da Diversidade cultural que possui.
Texto e Reportagem: Márcio Ribeiro
Fotojornalismo: Márcio Ribeiro
Contato: [email protected]
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Sobre o autor
Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."
Mais que resistir é fundamental avançar! Nesse sentido, articular esse movimento e resgatar outros movimentos que foram cooptados pelo Estado. Não há dúvidas que o Estado é representante da ordem do capital, usa sua lógica e em conluio com este busca o lucro fácil… Resgatar o movimento popular passa pelo resgate do exercício da consciência de classe… Dividido, entre outras ideologias, pelo identitarismo, nossa classe, embora produtora de riqueza, sofre em pleno período de abundância a carência extrema. A lógica levada a cabo pela classe dominante, inviabiliza a relação do homem com o próprio homem e desse com a natureza. Tudo está por um triz, a super produção, reflexo do egoísmo e da usura de quem produz pelo lucro em detrimento da vida… não cabe mais em nosso planeta! Articulação como essa, resgata a história material de uma cultura que preserva e pode garantir que teremos futuro apesar da barbárie.