Falando sério: O Rio Preto e as enchentes de Peruíbe

ARTIGO DE OPINIÃO

A cada ano que passa, as cheias em Peruíbe estão ficando cada vez mais frequentes e a população não aguenta mais.

É preciso fazer alguma coisa!

De quem é a culpa?

Não adianta o Prefeito ficar colocando que é “a maior chuva de todos os tempos da última semana”. Isto não tem importância e não tira em nada a sua responsabilidade.

O povo quer ações enérgicas que acabem de vez com o problema.

Também não adianta dizer para os moradores procurarem outras casas para morar. A cidade toda é baixa e foi erguida em cima de uma restinga, isto é, praticamente no nível do mar. Lugares que antes não enchiam começaram a encher e a preocupação agora é saber qual será o novo bairro a sofrer com as enchentes.

Quando a chuva está forte, qual o lugar seguro para trafegar? Avenida Padre Anchieta? Luciano de Bona? Avenida Beira Mar? Você conhece algum lugar 100% seguro? Como enxergar a quantidade de buracos?

Nesta última chuva, algumas ruas de diversos bairros, que antes não enchiam, ficaram cheias. Muitos dos cursos d’águas naturais são transformados em valas nas laterais das ruas recém abertas e é preciso cuidar destes canais para que as águas das chuvas tenham vazão.

É preciso que os vereadores e também o executivo municipal elaborem um projeto de drenagem de toda a cidade para acabar de vez com o problema e, posteriormente, buscar os recursos necessários para a execução da obra. Alguém fez isso? Até agora não se vê nenhuma divulgação a respeito. No entanto, asfaltar trecho em bom estado de conservação…

A entrada da cidade está enchendo nos dois sentidos, tanto para quem vai para Itanhaém, quanto para quem chega em Peruíbe. Alguma notícia de pedido de ajuda junto ao órgão estadual, responsável pelo trecho? A população vai ficar a mercê da sorte ou vítima do acaso e/ou negligência?

O Jardim das Flores não era para encher. A avó deste que escreve este texto foi caseira por 20 anos no terreno onde foram erguidas as casas e nunca sofreu com as chuvas de Peruíbe, mesmo morando na beira do rio, tudo isso antes da criação do bairro. Tiraram muita areia do local e, talvez por isso, o problema hoje em dia é crônico.

O Rio Preto sofreu modificações em seu curso. Perto da praia ele teve o seu trajeto encurtado para chegar ao mar e muitos dos seus meandros foram destruídos ao longo do seu trecho. Aquelas pequenas curvas que faziam parte do seu antigo curso voltam a encher com as fortes chuvas.

O Prefeito atual tem a sua parcela de culpa e todos aqueles que passaram também. Pois quase todos “sofreram” com as cheias de verão e, até agora, nenhum deles buscou uma solução definitiva para o problema, atuando, somente, com medidas paliativas.

Nem o problema do Canal Ubatuba, que parece zombar dos três poderes, conseguem resolver.

É bom lembrar que dar entrevista para imprensa, em uma tragédia, com uma camisa promocional da cidade é, no mínimo, desrespeitoso. Por outro lado, a ação e o trabalho de muitos dos funcionários da Defesa Social e também de outros setores da prefeitura merecem ser elogiados, assim como as doações feitas pelos moradores e a cobertura jornalística da TV Tribuna que não “explorou” o sofrimento das pessoas, mostrando humanidade em sua cobertura.

É bom saber que em toda esta história, o rio é o menos culpado por toda a tragédia. Ele já é por si só, um mecanismo natural de drenagem de toda a cidade. E tem mais, o Rio Preto tem importância, histórica, medicinal, turística e econômica: Por ter dado o nome à cidade; Por ter a Lama Negra em sua margem; Por conta da beleza cênica e por ajudar no sustento de muitas famílias.

ARTIGO DE OPINIÃO

Texto e Autoria: Márcio Ribeiro

Imagem: Rede social / facebook

Contato: [email protected]

 

 

Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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