Hole in my soul: Peruíbe faz 61 anos sem muito o que comemorar II

Depois de quatro anos da péssima administração do  Governo Ana Preto (PTB) e de mais três de poucos avanços do Governo Luiz Maurício (PSDB), que ainda não mostrou para que veio, Peruíbe completa 61 anos sem muito o que comemorar.

Apesar da municipalização da iluminação pública, diversas ruas da cidade continuam em completa escuridão, mesmo com o aumento da taxa de iluminação engordando os cofres da cidade.

No governo Luiz Maurício a tarifa do transporte público sofreu quatro aumentos seguidos, sendo um por ano, apesar do trabalho contestado e atrasos ofertados pela Jundiá. Em 2017, subiu de R$ 2,50 para R$ 2,90. Em 2018 o salto foi para R$ 3,30. Em  2019 a tarifa aumentou de R$ 3,30 para R$ 3,50. E, neste ano, subiu de R$ 3,50 para R$ 3,70. Será que vem um novo aumento por aí, caso o prefeito seja reeleito? Não se tem o conhecimento de qualquer vereador que cobre a construção de abrigos nos pontos de ônibus. Usuários das linhas que circulam na cidade esperam horas e horas debaixo do sol forte ou chuva torrencial.

A maternidade foi prometida logo no primeiro ano do governo, mas já se passaram três anos e até agora nada. Poucos moradores acreditam em novas promessas feitas pelo governo atual.

A Câmara Municipal já possui um prédio bem cuidado e ainda gastaram dinheiro com mais reformas, apesar das inúmeras obras inacabadas espalhadas pela cidade e das escolas municipais com problemas estruturais. A prioridade deveria ser dos pequenos e não dos vereadores.

Vereadores aprovaram o aumento dos seus subsídios em 66% . Eles, que já ganham  R$ 4.953,00 vão ganhar R$ 8.236, 83, a partir do ano que vem. Você acha que o seu vereador entrou lá pensando em você?  Tire uma conclusão e lembre-se dela na hora de votar.

Apesar do novo prédio do Fórum  e a Prefeitura estarem ali do lado da câmara dos vereadores, o canal Ubatuba parece zombar dos três poderes e inunda tranquilamente e sem qualquer punição os acessos, prejudicando a vida de quem precisa utilizar qualquer um dos serviços públicos.

Antigo Pronto Socorro

O antigo pronto socorro está virando ruínas e a UPA está carente de melhorias. O Chico Latim funciona com improvisos e a Praça Flórida está fechada para obras que nunca começam, a não ser para derrubar árvores adultas e sadias. O novo e belo departamento de Turismo desalojou a banda municipal (orgulho da cidade em outras épocas) que hoje funciona em um local apertado e inadequado, prejudicando quem lia livros na biblioteca, quando ela existia.

Jardim das Flores, Caraguava, Ribamar, Veneza e até outros bairros continuam sofrendo com as enchentes do Rio Preto. Moradores continuam perdendo as suas coisas e se sujeitando às doenças que podem ser trazidas pelas águas poluídas. Não se tem notícias de qualquer vereador ou mesmo qualquer ação do poder público que busque recursos para acabar de vez com o problema.

Segurança não há. Em dezembro de 2018, grande parte da cidade chorou a morte do adolescente Rodrigo Marques de Almeida, de 15 anos, quando se divertia no Centro de Peruíbe. Meses depois foi a vez de Hillary Souza Valadares, de dois anos. Ela estava com a família dentro do carro quando voltava de um mercado. Quem será o próximo?

Assaltos viraram rotina nas proximidades das escolas Portal da Juréia, Ottoniel Junqueira e Irene Bargieri, isso já não é novidade. A polícia faz o que pode, mas parece que a bandidagem está se proliferando sem controle.

 A reforma da Casa da Mulher vai consumir mais de um Milhão e meio de reais e não será entregue dentro do prazo prometido. Você já imaginou o que daria para construir com este dinheiro?

A prefeitura não arruma o mirante da torre do bairro dos Prados, importante ponto turístico da cidade. A biblioteca está fechada. Falta água nos feriados. Os uniformes e os kits escolares demoram pra chegar e a prefeitura não consegue acompanhar o calendário escolar. Ruas com buracos e buracos com um pouco de rua. Falta emprego. Abandono das trilhas do Costão e vilão. Cada vez mais pessoas nos sinais, no chão, nas praças, pedindo…

O Encontro Ufológico de Peruíbe deveria focar nas histórias da cidade e dar mais espaço para os moradores, ao invés de falar dos casos de Varginha ou o Caso Prato, por exemplo. Você acha justo colocar propaganda de outra cidade em um evento pago com o nosso dinheiro?

A Secretaria de Turismo organizou o que disse ser o primeiro encontro de observadores de pássaros da cidade e o primeiro fórum de turismo, o que não é verdade. Já tiveram outros, com a participação deste que vos escreve. Será maldade,  total desconhecimento sobre Peruíbe ou querem apagar os feitos de quem não bajula a administração?

A cidade tem como o seu maior forte o turismo, mas o acesso aos principais atrativos está comprometido. A estrada que é o único acesso aos bairros do Guaraú, Cachoeira do Perequê, Cachoeira do Paraíso e Barra do Una está com problemas. Apesar dos avisos e dos sinais que a estrada mostrou, a situação parece que foi negligenciada,  até chegar a situação atual, que pode prejudicar o turismo e o cotidiano dos moradores.

O mato toma conta das ruas e é visível a sensação de abandono em diversos bairros da cidade, apesar dos programas e divulgações feitos pela administração municipal da cidade tentarem mostrar o contrário. A linha do trem está virando floresta.

Há quem defenda a termoelétrica. Há quem defenda a verticalização. Há quem defenda o pedágio na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Tem gente contra caiçaras e indígenas. Existe muito preconceito de todo tipo por toda parte.

O nosso verde mar e a praia só estão empolgantes durante o dia, como diz o hino municipal. De noite, não dá graça, vontade e coragem de caminhar à beira mar, pois o perigo é iminente.

“Nossas flores e jardins que cercam a cidade” estão sendo destruídos e todo dia é possível ver por aqui, lá ou acolá uma nova árvore cortada. “Não importam os motivos e as justificativas do corte, a árvore ainda é mais importante.”

Só mesmo na história lendária do passado que Peruíbe foi berço heroico de bravos Bandeirantes. Primeiro, porque Peruíbe não existia naquela época; e segundo, porque os atos heroicos dos Bandeirantes podem ser discutidos.

Por aqui nasceu, entre outras pessoas, este comum que escreve este texto e que ama a cidade, terra  que foi também o berço dos seus  bisavôs, avôs, pais, irmãos e filha. Ano que vem deseja  ter motivações para escrever um texto enaltecendo as qualidades do município.

Só mesmo a guarda na muralha do gigante (do imponente e do majestoso Itatins) para dar esperanças de dias melhores.

Feliz Aniversário, Peruíbe!

ARTIGO DE OPINIÃO

Texto e Autoria: Márcio Ribeiro

Imagens:  Márcio Ribeiro e Divulgação

Contato: [email protected]

Citação: Hino de Peruíbe (Maestro Gomes Cardim)

ANEXOS

Prefeitura de Peruíbe aumenta taxa de ESCURIDÃO pública

Prefeitura de Peruíbe reajusta a tarifa do transporte público que sobe para R$ 3,70

Fotos: Qual obra você acha que a população queria ver entregue primeiro?

Vereadores de Peruíbe aprovam o aumento do próprio salário

Prefeitura corta árvores com mais de 30 anos na Praça Flórida

Assaltos viram rotina nas proximidades da escola Ottoniel Junqueira

Peruíbe: Reforma de mais de um milhão e meio de reais não será entregue no prazo

Biblioteca Pública de Peruíbe continua fechada e sem prazo para a reabertura

Confira a programação do 14º Encontro Ufológico de Peruíbe e relembre algumas histórias

Artigo de Opinião: Não é o primeiro Fórum de Turismo e não é o 1º Encontro de Aves

Beleza e abandono: Detalhes da Trilha do Costão

Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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