O Discurso do Rei
Um forte candidato que promete brilhar na noite mais importante do cinema, O Discurso do Rei lidera nas indicações ao Oscar, concorrendo a 12 estatuetas. Dirigido por Tom Hooper, o auge do brilhantismo desta produção ocorre na impecável atuação de Colin Firth sem deixar, é claro, de elogiar o excelente trabalho cênico de Geoffrey Rush, que junto com Firth formam uma dupla surpreendente levando os espectadores a embarcar no drama vivido pelos dois.
A história se passa na década de 30 quando George V é o rei da Inglaterra. O foco da narração, no entanto, se dá sobre o filho dele: Bertie (Colin Firth), o Duque de York, vítima de uma gagueira que o incomoda desde criança. O desespero do filho do rei é mostrado logo no início do filme quando ele tem que fazer um discurso diante de um numeroso público. A cena que passa então pode ser considerada uma das mais memoráveis do filme, dado o nervosismo que Firth passa na vivência de seu personagem, que mal consegue iniciar o discurso.
Outros excelentes momentos são representados nas cenas em que Bertie, cansado de procurar tratamento para o seu problema, vai se encontrar com Lionel Logue (Geoffrey Rush), um terapeuta que promete curá-lo com métodos nada convencionais. A interação dos dois certamente é de grande contribuição para o enriquecimento psicológico do filme, uma vez que a forte aproximação dos atores é indispensável para que o público sinta o drama do protagonista e ao mesmo tempo entenda porque Lionel lida com a situação de forma tão diferente mostrando para seu paciente que a chave de tudo está em acreditar em si mesmo.
A autoconfiança de Bertie vai se ampliando principalmente no momento em que ele é coroado rei da Inglaterra, logo após a morte de seu pai seguida pela abdicação do irmão.
O Discurso do Rei poderia ser classificado como a essência da perfeição cinematográfica, o que acaba não ocorrendo por pecar na cenografia que não traz aos telões o ambiente da época e mal investe no figurino fazendo com que os personagens, em aspecto físico, não ganhem a relevância que deveriam, por se tratar de uma história da realeza.
Tomara que essa pequena falha não atrapalhe o filme na noite de entrega do Oscar. Não deixe de conferir essa magnífica produção de Tom Hooper.
Por Mariana Mascarenhas
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Sobre o autor
Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.