Sem surpresas, “Birdman” encerra festa do Oscar com prêmio de Melhor Filme
Junto com o “Grande Hotel Budapeste”, produção liderou o número de estatuetas vencendo em quatro indicações
Não foi novidade e muito menos uma surpresa quando o ator Sean Penn anunciou, na noite deste domingo (22), uma das premiações mais aguardadas todos os anos na história do mercado cinematográfico: o Oscar de Melhor Filme. Liderando o número de indicações (9), a produção Birdmanfoi a grande premiada da noite, encerrando a 87ª festa de premiações da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, ocorrida no Dolby Theatre, em Los Angeles.
Além do prêmio principal, Birdman também levou o Oscar de Melhor Diretor (Alexandre González Iñarritu), Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia. Premiações essas que também não se revelaram nenhuma surpresa, já que o longa veio como um forte candidato e se destacou de seus concorrentes ao se mostrar bastante criativo na forma como contou sua história, acompanhada de um verdadeiro jogo de câmeras e planos-sequência – que nos remete à genialidade do trabalho do cineasta Alfred Hitchcok (1899 – 1980), além da envolvente atuação do elenco.
Apesar de ter levado as principais estatuetas da Academia, Birdmannão liderou sozinho como a produção mais premiada da noite. O Grande Hotel Budapeste – que também liderou em indicações (9) – recebeu quatro prêmios: Melhor Design de Produção (antigamente denominado como Direção de Arte), Melhor Maquiagem, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora. Mais uma vez as premiações não se revelaram surpreendentes, pois a produção de Wes Anderson trouxe para os telões uma história inusitada e ao mesmo tempo encantadora, que ganhou ainda mais destaque com a vivacidade de cores utilizadas nos cenários e figurinos, os quais por si só já contam muito sobre a trama.
Mas o tão aclamado pelos americanos, Boyhood – da Infância à Juventude, que inclusive conquistou o Globo de Ouro de Melhor Filme Dramático e teve seis indicações ao Oscar, levou apenas uma estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante para Patrícia Arquette, que fez por merecê-la ao praticamente carregar a produção nas costas. A trama foi muito comentada por ter levado 12 anos para ser concluída, já que o diretor Richard Linklater quis filmar o crescimento e amadurecimento dos atores em cena na interpretação de seus personagens, porém trouxe uma história rotineira e cujas quase três horas de duração tornou-se extensa e cansativa – o que pode ter justificado apenas uma premiação.
Whiplash: Em Busca da Perfeição – que conta a história de um garoto baterista fortemente pressionado pelo seu instrutor, que o humilha e jamais o elogia na tentativa de transformá-lo no melhor – também teve seus momentos de glória na noite do Oscar ao levar as merecidas estatuetas de Melhor Ator Coadjuvante (J. K. Simmons), Melhor Edição e Melhor Mixagem de Som.
Já o prêmio de Melhor Ator foi entregue para o jovem Eddie Redmayne em sua primeira indicação ao Oscar. Ele encarou com perfeição a atuação de um dos mais renomados físicos da atualidade, Stephen Hawking, em A Teoria de Tudo e, assim como Patrícia Arquette em Boyhood, carregou a produção nas costas.
Como já esperado, Julianne Moore foi quem levou a estatueta de Melhor Atriz por sua atuação em Para Sempre Alice, onde ela interpreta uma mulher acometida pelo Mal de Alzheimer. A produção tem previsão de estreia no Brasil em 12 de março de 2015.
Neste ano, o ator Neil Patrick Harris foi o escolhido para apresentar a premiação do Oscar 2015. Apesar de sua abertura memorável na cerimônia – que ao contrário dos anos anteriores foi marcada neste por um número musical em homenagem a grandes gênios e obras do cinema – seu desempenho foi fraco e muitas de suas piadas mal arrancaram risadas da plateia.
Outros momentos memoráveis da festa foram a presença de Lady Gaga cantando The Sound of the Music – a canção de A Noviça Rebelde, cuja protagonista Julie Andrews, hoje com 79 anos, também esteve presente no palco do Dolby Theatre – e a apresentação da canção Glory, do filme Selma – Uma Luta Pela Igualdade – que ganhou o Oscar de Melhor Canção Original e foi aplaudida em pé, arrancando lágrimas de muitos atores e atrizes presentes na plateia.
Selmaretrata a luta de Martin Luther King para que os negros tivessem um lugar digno na sociedade e fossem respeitados. A história se passa na cidade de Selma, no Alabama. O fato do filme ter concorrido apenas nas categorias Melhor Canção e Melhor Filme levantou queixas de alguns críticos, que disseram que tal produção poderia ter tido destaque muito maior.
Confira abaixo a lista completa dos ganhadores do Oscar 2015:
Melhor Filme: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Melhor Diretor: Alejandro González Iñarritu (Birdman)
Melhor Ator: Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo)
Melhor Atriz: Julianne Moore (Para Sempre Alice)
Melhor Ator Coadjuvante: J. K. Simmons (Whiplash – Em Busca da Perfeição)
Melhor Atriz Coadjuvante: Patricia Arquette (Boyhood – Da Infância à Juventude)
Melhor Roteiro Original: Birdman
Melhor Roteiro Adaptado: O Jogo da Imitação
Melhor Filme Estrangeiro: Ida (Polônia)
Melhor Animação: Operação Big Hero
Melhor Documentário: Citizenfour
Melhor Canção Original: “Glory” (Selma)
Melhor Trilha Sonora Original: O Grande Hotel Budapeste
Melhor Direção de Fotografia: Emmanuel Lubezki (Birdman)
Melhor Edição: Whiplash – Em Busca da Perfeição
Melhor Figurino: O Grande Hotel Budapeste
Melhor Maquiagem e Penteado: O Grande Hotel Budapeste
Melhor Design de Produção: O Grande Hotel Budapeste
Melhor Mixagem de Som: Whiplash – Em Busca da Perfeição
Melhor Edição de Som: Sniper Americano
Melhores Efeitos Visuais: Interestelar
Melhor Curta-Metragem: The Phone Call
Melhor Curta-Metragem de Documentário: Crisis Hotline: Veterans Press 1
Melhor Curta-Metragem de Animação: O Banquete
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
Leia outras histórias
Capitão Phillips
“Minha Vida em Marte” gera empatia no público ao abordar fatos do cotidiano de forma cômica
Mulheres da periferia na Literatura é tema da 3ª Festa Literária Noroeste
Debater economia é preciso!
Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras
Trapaça
FAEP transforma aulas presenciais em híbridas para atender a realidade de seus alunos
FAEP promove palestras sobre o mercado de trabalho e a população trans
Sobre o autor
Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.