A gosto
E quando se pede que apague
O fogo que não labora em canto
Que não vinga, por mais que afague,
Da borda à base, o corpo santo.
E se não basta afago ou reza,
E se não podes mais poder
Rezar para o santo que preza,
Volta já à sina besta de querer.
Rompe o vácuo orgástico,
Arranca a veste que te prende
Às ilusões vãs de quem vende
A si mesmo o tom dramático.
Vai!
Esquece o que te firma à fórmula
Vai!
Não te medes por espelhos de homofonia
Vai!
Faz de teu gosto tua rima, teu caminho, teu canto…
Vai.
Sede o fim de tua sede
De ser nada além de ti.
Sobre o autor
Estudante de Letras pela Universidade Estadual da Bahia, Thomas Leuri Souza desenvolve sua paixão pela construção de narrativas transformadoras. Criador do podcast "Narrativas Invisíveis", oferece um espaço para histórias marginalizadas e promove diálogos sobre diversidade e inclusão. Também é artista, apaixonado por sua própria arte e pelo audiovisual, combinando sua sensibilidade criativa com um olhar crítico e apurado. Transforma suas dores e as dores alheias em arte, conectando sensibilidades e revelando a riqueza das vivências humanas.