O Palhaço
Com um humor leve e simples, o filme O Palhaço conquista todo tipo de plateia com uma história simpática, desvinculada de muitas palavras e que atinge grandes audiências pelas fortes expressões faciais de seus personagens, as quais chegam a ser muito mais atraentes do que a própria linguagem falada.
Selton Mello faz uma grande atuação ao incorporar o protagonista Benjamim, cujo pai (Paulo José) é dono de um circo e, junto com o filho, forma a dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Os dois, ao lado de mais alguns companheiros circenses, levam a alegria e diversão por diversas cidades do interior do Brasil.
A entonação dramática que Selton dá ao incorporar o grande dilema do palhaço – que no fundo é uma pessoa triste, pois ele faz os outros rirem, mas não há quem o faça rir – é o foco principal da produção e se mostra extremamente claro do começo ao fim da trama. Enquanto o resto da turma se diverte e se mostra feliz com a profissão, Benjamim passa um ar de melancolia e tristeza, acompanhado de uma vontade imensa de fugir daquele mundo e entrar em contato com o desconhecido, como o desejo de ter uma namorada, que passa a ser almejado por ele a partir do momento em que ele conhece uma garota que vai assisti-lo no circo e o acha divertido.
A relação entre pai e filho, interpretada por Paulo José e Selton Mello, é dotada muito mais de linguagem corporal do que verbal e se mostra encantadora, causando grande emoção ao levar os espectadores para o mundo destes dois palhaços e os colocar em contato com as perturbações psicológicas dos dois personagens.
Apesar de sua curta aparição no filme, o ator Moacyr Franco arranca altas gargalhadas da plateia com uma cena simples e muito bem-humorada e conquista, graças a ela, o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Paulínia.
Selton Mello também se destaca como diretor do filme, o qual recebeu referências de ícones consagrados do cinema, como do diretor Federico Fellini.
A produção conta com cenários e músicas muito bem produzidos, além de um grande elenco que traz a participação, por exemplo, da pequena atriz Larissa Manoela que, com apenas 10 anos de idade, consegue encarar uma personagem que passa a sua mensagem através apenas do olhar e dos seus gestos sem dizer praticamente uma palavra.
Por Mariana Mascarenhas
Sobre o autor
Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.