Músicos de Peruíbe 3: Amizade Imprevista canta “Coisas de Amor”, em 1996
Sucesso nos anos 90, o pagode romântico também teve seus representantes em Peruíbe. Um deles é o Amizade Imprevista que gravou “Coisas de Amor”, em 1996, que fez parte do antológico CD Músicos de Peruíbe.
A música conta a história de um rapaz que gosta de uma garota, mas tem dificuldades para conquistar o coração dela. O tema e a “voz jovem” caracterizam as típicas paixões de adolescente.
A música começa com um solo de violão que “chama” os outros instrumentos. O cavaco passa a “pentear” a música e o bongô faz uma marcação. A partir daqui, a música é linear, isto é, não há surpresas e nem destaque instrumental, apenas a alternância da voz solo com a voz em grupo que cantam as três partes da música: Primeira – refrão – e segunda. O solo do violão volta a aparecer e parte da música é repetida, que finaliza com um “laiá, laiá”, característico do gênero.
O trecho, após o refrão, que começa: “Então olha, vê se me nota um pouquinho...” , lembra a melodia da música “Volta”, do Raça Negra , no verso “Então volta e fala pra mim que é mentira…”
Veja a letra:
Amizade Imprevista – Coisas de Amor
“Quando eu te vejo passar
Meu coração bate acelerado
Me dá vontade de te abraçar
e dizer coisas de amor no seu ouvido
Só de pensar que você
Me ganhou num só olhar
Me enlouquece com o seu jeito de ser e me faz delirar
—-0—-
Mas sei que é tão difícil ganhar o coração
Por isso digo isso a você em forma de canção
Mas sei que é tão difícil ganhar o coração
Por isso digo isso a você em forma de canção
—-0—-
Então olha
Vê se me nota um pouquinho
Sinta que o meu olhar
Me leva até você…
Olha
Me dê um pouco de carinho
As vezes me sinto sozinho
Mas fico tão alegre quando te vejo”
Autores: (Ailton / Luis Adriano), no encarte, consta (Ademir)
Pagode 90
O pagode romântico ou pagode paulista é um gênero musical originado na cidade de São Paulo que tornou-se um fenômeno comercial, com o lançamento de dezenas de artistas e grupos, como: “Art Popular”, “Exaltasamba”, “Negritude Junior”, “Raça Negra”, “Só Pra Contrariar”, “Os Travessos”, entre outros.
O Raça Negra foi o mais influente e principal grupo do estilo. Apareceu com um perfil romântico que misturava elementos de baladas pop e soul internacionais, música sertaneja e ritmos de samba. Além disso, usava bateria, baixo elétrico, saxofones e sintetizadores, fugindo ao padrão “fundo de quintal” estabelecido anteriormente. Apresentou canções com poucas características da tradição do samba e alguns covers de sucessos de rock/pop e de música sertaneja.
O novo pagode começou a perder espaço a partir dos anos 2000, por conta do mercado já saturado de artistas a reproduzirem canções, trejeitos e arranjos praticamente idênticos, coisa que vem acontecendo com o sertanejo atual.
Resenha e Pesquisa: Márcio Ribeiro
Produção e Foto: Pixabay
Agradecimentos: Jocemar e Mario Omuro
Próxima música: “Malícia”, de Doce Magia
Música Anterior: “Os olhos e o mar”, de Walker
Contato: [email protected]
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Sobre o autor
Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."