Serviço: Conheça sete doenças que podem aparecer após as enchentes

1- Cólera

Cólera é uma doença infectocontagiosa aguda que pode ser evitada com saneamento básico e medidas simples de higiene, que fica quase impossível realizar quando a água suja invade a sua casa.

A transmissão é fecal-oral e se dá através da água e de alimentos contaminados pelas fezes ou pela manipulação de alimentos por pessoas infectadas, sejam elas sintomáticas ou não. Já foram registrados casos em que peixes, frutos do mar, como ostras e mexilhões, crus ou mal cozidos, e gelo fabricado com água não tratada foram veículos de transmissão da doença.

O principal sintoma é a diarreia volumosa, que começa de repente, acompanhada por vômitos, mas raramente por febre e dores abdominais. As fezes são líquidas, acinzentadas, sem odor fétido nem sinais de sangue ou pus. Em questão de poucas horas, a perda excessiva de água e de sais minerais nas evacuações pode resultar em desidratação grave, baixa expressiva da pressão arterial, insuficiência renal e coma, que pode levar à morte.

A enfermidade é de notificação compulsória às autoridades de saúde.

2- Diarréia

Você atravessou pela água de uma enchente? Cuidado, pois os organismos  como o estafilococus,  Salmonella e a Shighella podem estar te aguardando. Estes “carinhas”,  as infecções virais ou os parasitas intestinais causadores de amebíase e giardíase estão entre as causas da diarréia.

Quadros de diarreia podem ocorrer em algum momento da vida, mas é importante identificar quando é necessário intervenção médica, principalmente quando se trata de crianças e idosos, que podem desidratar muito depressa.

As principais características da diarreia são o aumento do número de evacuações e a perda de consistência das fezes, que se tornam aguadas. Uma das piores complicações da diarreia é a desidratação. Adultos são mais resistentes, mas bebês, crianças e idosos desidratam-se com facilidade.

3- Dengue

A dengue pode aparacer após as enchentes, pois a água parada ajuda na proliferação do mosquito transmissor. É transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti. Pode se assemelhar a uma gripe forte, mas há quadros que podem levar a óbito.

A grande maioria das infecções é assintomática. Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em obediência a três formas clínicas: 1) dengue, forma benigna, similar à gripe; 2) dengue com sinais de alarme, mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea; e a chamada dengue grave, forma raríssima, mas que pode levar à morte, se não houver atendimento rápido e especializado.

4- Leptospirose

A urina do rato se mistura as águas da enchente e aí você já sabe, né? Corre o risco de pegar a leptospirose.

É uma infecção causada por bactéria que pode ter como sintomas febre alta, mal-estar, dor muscular, olhos vermelhos, tosse, cansaço, náuseas, diarreia, manchas vermelhas no corpo e meningite. É transmitida por animais de diferentes espécies (roedores, suínos, caninos, bovinos) para os seres humanos.

O contágio se dá pelo contato direto com a urina dos animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela Leptospira, que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com pequenos ferimentos, e dissemina-se na corrente sanguínea.

5-Tifo

Tifo é o nome genérico de várias doenças infectocontagiosas causadas por bactérias do gênero Rickettsias. A doença pode ser prevenida com adoção de medidas sanitárias e de higiene.

A maior parte dessas bactérias se desenvolve num reservatório animal e é transmitida ao homem pela picada de insetos infectados (geralmente um artrópode, como os piolhos do corpo, a pulga dos ratos e os carrapatos), ou pela contaminação com suas fezes.

Quando esses insetos picam o homem, liberam fezes infectadas pelas bactérias que penetram no organismo humano e provocam uma doença cujos sintomas são parecidos com os do tifo epidêmico, mas de menor duração e intensidade.

A melhor forma de prevenção consiste em adotar medidas sanitárias e de higiene para controle dos insetos vetores que transmitem a infecção e para conter a proliferação descontrolada dos animais que servem de reservatório para a bactéria.

É importante que as autoridades públicas façam a parte no que lhes cabe no que se refere ao fornecimento de água potável, à coleta e tratamento dos esgotos e do lixo e ao controle de pragas que possam pôr em risco a saúde da população.

6- Toxoplasmose

Toxoplasmose é uma doença infecciosa de características muito variáveis. Também conhecida como doença do gato, pode ter implicações sérias para o feto quando adquirida durante a gravidez.

Em muitos casos, os sintomas da toxoplasmose podem não se manifestar ou serem confundidos com os de uma gripe e a pessoa nem fica sabendo que se infectou. Noutros, os sintomas incluem febre diária, gânglios intumescidos e espalhados pelo corpo, mas a doença regride em algumas semanas, embora possa voltar se houver queda de resistência, porque o Toxoplasma gondii não é eliminado do organismo.

Uma das maneiras de aquisição do Toxoplasma gondii ocorre em ambientes onde existam gatos, os grandes disseminadores do parasita na comunidade ambiental. Gatos infectados eliminam os ovos desse protozoário pelas fezes, poluem o ambiente e contaminam quem por ali circula. Não é necessário entrar em contato direto com eles, basta dividir os mesmos espaços. No caso de uma enchente, as fezes misturam-se a água.

7- Hepatite

Hepatite A é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus VHA que é transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, ou através de alimentos (especialmente os frutos do mar, recheios cremosos de doces e alguns vegetais) ou da água contaminada.

Esse vírus pode sobreviver por até quatro horas na pele das mãos e dos dedos. Ele é também extremamente resistente à degradação provocada por mudanças ambientais, o que facilita sua disseminação, e chega a resistir durante anos a temperaturas de até 20ºC negativos.

A incidência da hepatite A é maior nos locais em que o saneamento básico é deficiente ou não existe. Uma vez infectada, a pessoa desenvolve imunidade contra VHA por toda a vida.

A hepatite A pode ser sintomática ou assintomática. Durante o período de incubação, que leva em média de duas a seis semanas, os sintomas não se manifestam, mas a pessoa infectada já é capaz de transmitir o vírus. Apenas uma minoria apresenta os sintomas clássicos da infecção: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e vômito. Icterícia, fezes amarelo-esbranquiçadas e urina com cor semelhante à da coca-cola são outros sinais possíveis da enfermidade. No entanto, muitas vezes, os sintomas são tão vagos que podem ser confundidos com os de uma virose qualquer. O paciente continua levando vida normal e nem percebe que teve hepatite A.

Texto e Pesquisa: Márcio Ribeiro

Imagem: Pixabay

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/

Agradecimentos: Bruno Lima

Contato: [email protected]

 

 

Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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