Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas

O quarto longa-metragem, Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas ,se distancia de vez de uma produção simples focada nos acontecimentos da história, como visto no primeiro filme da série, para dar lugar novamente a uma trama repleta de mudanças de cenários onde se desenrolam várias ações que contribuem apenas para preencher o filme com efeitos visuais e de movimento sem um real significado para existência de algumas filmagens.

Desta vez o famoso pirata Jack Sparrow, personagem que se tornou idolatrado no mundo todo por um público de faixa etária variada, vem desacompanhado de seus dois amigos, que se consagraram nas outras produções, Elizabeth Swan (Keira Knightley) e Will Turner (Orlando Bloom), para viver novas aventuras ao lado da personagem Angelica, interpretada por Penélope Cruz, que faz o papel de uma antiga namorada de Sparrow.

Depois de escapar da forca em Londres, Sparrow embarca com Angélica no navio do temido Barba Negra, pai da companheira de Jack. O objetivo dos três é chegar à fonte da juventude. No entanto, o trio não está sozinho nesta missão que também é almejada pelo capitão Barbossa (Geoffrey Rush), quem desta vez trabalha para o império inglês e também pretende encontrar a fonte.

Com uma abertura memorável, a trama prende a atenção nas cenas em que Sparrow vai parar no palácio real de Londres, as quais surpreendem na riqueza de detalhes cenográficos retratando a paisagem inglesa de modo perfeito. No entanto, basta que os personagens mudem de cenário e entrem no navio para navegar rumo ao seu destino, que entra em cena uma sequência de ações envolvendo conflitos e lutas, as quais acabam por estender o tempo de duração do filme de maneira desnecessária.

Para os amantes de Johnny Depp e de seu jeito inovador e criativo de incorporar o capitão Sparrow, porém, a experiência de ver o filme continua sendo válida, já que o ator, assim como nas produções anteriores, vem retratando o protagonista de uma forma divertida, original e muito bem interpretada deixando explícito que a perfeição cênica de Depp é que consegue conferir certa qualidade ao filme.

Até mesmo a brilhante Penélope Cruz tem uma atuação apagada na trama e não consegue exibir todo o seu talento artístico. Vale ressaltar também o papel de Geoffrey Rush, na pele do capitão Barbossa, que consegue trazer atuações memoráveis para os telões.

Enfim, a série de filmes Piratas do Caribe trouxe uma história que realmente alavancou um grande sucesso dado o seu contexto, mas, à medida que o longa foi se prolongando em novas continuações, o foco deixou de ser o conteúdo em si para migrar para uma série de efeitos especiais acompanhado de inúmeras ações, sendo muitas delas desnecessárias. E como o quarto filme é o primeiro a ser lançado também na versão 3D, ele não poderia deixar de trazer cenas que explorassem o visual. Nada contra, aliás a cenografia realmente foi muito bem produzida, mas o diretor Rob Marshall, que passou a assumir o papel de Gore Verbinski, quem dirigiu as produções anteriores , esqueceu que trabalhar o conteúdo e o intelecto do público é sempre bom de vez em quando.
 
Por Mariana Mascarenhas

Sobre o autor

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Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.


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