Performance ophelia is a-live cria reflexão sobre a violência psicológica sofrida por mulheres

A performer Rúbia Vaz discute gaslighting, mansrupting, mansplaning e outras tantas formas de violência psicológica sofridas por mulheres na performance ophelia is a-live, que é apresentada de maneira virtual entre os 15 de abril e 7 de maio, aos sábados e domingos, durante todo o dia.

Os interessados em assistir ao trabalho devem se inscrever por meio de um formulário publicado no perfil da atriz no Instagram @vazrubia. A cada sessão, será selecionada 1 pessoa, de acordo com a ordem de inscrição. A ação será documentada para licenciamento da obra na plataforma #CulturaEmCasa.

A atriz cria um diálogo ao redor de Ofélia, a mulher cortejada pelo príncipe Hamlet, no clássico de William Shakespeare, que se afoga depois de ter sofrido uma desilusão amorosa e de ter perdido seu pai.

Na performance, Rúbia pensa em alternativas possíveis para a narrativa dessa personagem. Através de mensagens, vídeos e ligações, as redes sociais são suporte para que a dramaturgia autoral seja compartilhada de acordo com a rotina de cada interlocutor, de modo totalmente remoto.

A ideia é que o espectador participe do trabalho ao longo do dia, da hora em que acorda até a hora em que ele vai dormir, por meio de interações feitas pela performer por mensagens de texto, chamadas de áudio e vídeo, interações nas redes sociais, e por fim – como já sugere o título da obra – uma live.

“A proposta de releitura da personagem não é em si uma inovação, visto que há tanta obras que já se propuseram a isso, mas uma tentativa de verticalizar a narrativa a partir de traços particulares da vivência da autora que utiliza como procedimento dramatúrgico a elaboração de relatos autobiográficos. Ao emprestar memórias pessoais à personagem, o material criado é impregnado de um gesto próprio levando para a cena traços da realidade, e a partir disso busca-se saturá-lo a fim de que, ao se tornar um percepto, possa contribuir para a discussão do que é universal e do que é pessoal”, explica Vaz.

A obra foi criada a partir do texto autoral “como a palavra amor sai naturalmente das nossas bocas”. E a dramaturgia original começou a ser desenvolvida por meio de uma cena curta apresentada como TCC para a pós-graduação em Artes da Cena, no Centro de Artes e Educação Célia Helena, em 2018. No ano seguinte, o material dramatúrgico foi trabalhado no Núcleo de Direção Teatral da Escola Livre de Teatro, sob orientação de Luiz Fernando Marques (Lubi).

A primeira temporada aconteceu de maneira independente e gratuita nos meses de agosto e setembro de 2020, e em dezembro do mesmo ano foi apresentada na programação “Terça Aberta”, da Cia. Fragmento de Dança.

Sobre o autor

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Cidadão do mundo, jornalista por formação, comunicador por vocação, apaixonado por música, hardnews e ironia, fotógrafo por hobby, escritor e inquieto por criação. Autor de "Coisas da Vida", "O Diário de Arthur Ferraù", "Águas de Março", "Coisas da Vida" e da série "Labirintos do Coração".


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