O Vendedor de Sonhos

Por Mariana da Cruz Mascarenhas 

Traduzido em mais de 60 idiomas, com 2,5 milhões de cópias vendidas e considerado o maio best-seller do mercado literário do Brasil, a obra homônima O Vendedor de Sonhos, escrito pelo renomado Augusto Cury, acaba de chegar aos telões ao ganhar uma versão cinematográfica.

Em cartaz desde o dia 8 de dezembro de 2016, a história cativa pelas lições que nos traz em belas frases reflexivas. Na trama um morador de rua, conhecido como Mestre (César Troncoso), é considerado um vendedor de sonhos ao salvar vidas, oferecendo esperanças para quem parece tê-las perdido. É o caso do renomado psicólogo Júlio Cesar (Dan Stulbach) que, prestes a se matar pulando do alto de um edifício, muda de ideia quando se vê ao lado do morador, também à beira do edifício “incentivando-o” a pular, a fim de assim assustá-lo.

Intrigado por sua ousadia, o psicólogo passa a segui-lo e começa a desconfiar da identidade do morador de rua pela grande sabedoria acumulada e pela forma como transforma vidas, usando de palavras emocionantes e incentivadoras. Junto com eles, também está sempre presente outro morador de rua, Bartolomeu (Thiago Mendonça), conhecido por sua irreverência e comicidade em encarar a vida.

São justamente as mensagens da trama uma das peças-chave, responsável por ter consagrado o sucesso do livro, ao mexer não somente com os personagens mas tocar o público, fazendo um alerta sobre quantos seres humanos estão se perdendo neles mesmos ao isolarem-se numa bolha egocêntrica. Materialismo exacerbado, excesso de poder e preocupações com o trabalho que ocupam todo o lugar das relações fraternais entre familiares e amigos, cultivando o isolamento, solidão e até depressão.

Como é de praxe na adaptação de obras literárias para o cinema, o filme ainda fica um pouco aquém da história escrita em sua completude. As próprias atuações, por exemplo, algumas vezes revelam-se um pouco frias diante da intensidade dos diálogos e de seus ensinamentos. Como é o caso, por exemplo, do ator Thiago Mendonça, cujo personagem se revelou um tanto tímido em cena, ao contrário do personagem do livro, de cunho muito mais ousado e cômico quase todo o tempo.

Já o uruguaio César Troncoso encaixa-se perfeitamente em seu papel de Mestre, chegando a emocionar com as belas mensagens que seu personagem traz. Destaque também para Dan Stulbach que está bem centrado em seu papel. Dirigido por Jayme Monjardim, o filme tem 90 minutos de duração e serve como uma ótima reflexão sobre como estamos conduzindo nossas vidas.

Sobre o autor

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Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.


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