O Design em “The Babadook”
Cores, design e ilustrações de caráter cômico e obscuro ditam o tom e dão força às alegorias por trás do real sentido do filme “The Babadook”.
A muito tempo um filme não me chama tanta atenção. Não sei ao certo o motivo pelo qual demorei para ver “The Babadook” mas estou satisfeita com essa desconstrução do gênero “terror”, em que o psicológico é o verdadeiro astro. E vence com maestria como um dos melhores filmes de “terror” dos últimos tempos — IMPECÁVEL. Mas esse artigo não é uma uma resenha crítica sobre o filme.
“The Babadook” é uma manifestação escura das emoções humanas reprimidas. Alexander Juhasz foi o designer responsável pela criação do livro pop-up ilustrado para este filme. Aqui, a paleta de cores densa e ilustrações de caráter cômico e obscuro ditam o tom e dão força às alegorias por trás do real sentido do filme, de forma sincronizada, sutil, constante e nunca gratuita.
Alexander Juhasz junto à estreante diretora Jennifer Kent conceituaram a visão do que é Babadook — um monstro brincando de ser humano. Junto com seu traje, ele usa uma máscara com uma expressão fixa, uma aproximação equivocada de que ele pensa que um homem é.
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O artista fala em seu website, que a estética simples e característica de livros infantis foram extremamente importantes, junto a ideia de uma presença inquietante do mal escondido nessas páginas. Essa história contada no livro é amarrada em todo o filme e a medida que o roteiro se desenrola, o livro vai ganhando força, assim como a figura perturbadora de Babadook.
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Em “The Babadook” a paleta de cores e fotografia soturna bem aplicadas, contribuem para a premissa misteriosa. Essas cores auxiliam para uma completa imersão do espectador fazendo com que a atmosfera seja cada vez mais opressora, melancólica e insana.
Essa referência ao inanimado é moldada a medida que paleta de cores reduzidas — com tons como preto, branco, vermelho, e azul — se torna parte importante da história, tornando verossímil o aspecto psicológico da protagonista.
Julgo que o tom infantil usado em um filme de terror psicológico o torna ainda mais assustador, atrelado a temática de instabilidade, pesar e depressão que assola a casa em que o filme se passa.
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A cor é uma linguagem individual. Através dela o homem é capaz de reagir subordinado às suas condições físicas e influências culturais. Podemos dizer que a cor possui luz, movimento, peso, equilíbrio e espaço — leis que definem sua utilização. A cor é capaz de abrir imensas possibilidades, pois, seu valor expressivo a torna elemento importante na transmissão de ideias. (1982, p.29)
[ecko_quote source=”Modesto Farina”]A cor é uma força poderosa. Ela age de acordo com uma espécie de lei, pois não podemos negar que, do ponto de vista sensorial, as cores recuam ou avançam – pois causam em nós essa impressão.[/ecko_quote]
[ecko_toggle style=”outline” title=”Referências e Créditos” state=”closed”]
“The Babadook”, filme.
Alexander Juhasz – Designer e ilustrador.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blucher, 1982.
Imagens: A primeira galeria possuem imagens do próprio artista. As outras, capturadas através do Google.
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