Graduação ainda vale a pena?

Paira no ar o cheiro da liberdade, quebra de paradigmas, inovação e oportunidades. Tal local se chama internet. Uma morada com vários caminhos a se explorar.

Sendo a internet o território dos deuses, cursos de graduação ainda valem a pena?

Depois que terminei o ensino médio, não sabia que curso escolher. Graduação e eu eram coisas extremamente distantes. Levei cinco anos para decidir o que fazer. Enquanto a decisão não aparecia, optei por trabalhar, como complemento no artigo “Por que é preciso existir empresas e profissionais ruins?” no Editoria Livre. Comecei o curso em 2012 e terminei no primeiro semestre de 2015.

Sempre gostei de design. Customizava temas para blogs, edição de imagens e coisas do tipo. Por isso, escolhi aquilo que parecia fazer mais sentido — Graduação Tecnológica, de dois anos (embora tenha ficado mais tempo) e estudei Design Gráfico com ênfase em Web.

De toda a grade curricular, certamente não tirei 100% de aproveitamento real — quando comecei o curso, já tinha bagagem profissional. Mas as palestras foram muito importantes. Abriram minha mente. Foi uma temporada de renovação na minha vida. Foi quando percebi que, enquanto trabalhava e estudava, estava me tornando alguém que queria muito mais.

No primeiro período era dispersa, barulhenta e falava muito, confesso. No segundo dia todos já sabiam meu nome. Quando reparei que não podia mais brincar, me dediquei aos projetos. Estava tão ávida por dar meu melhor que poucos conseguiam trabalhar comigo e a maioria não dava importância ao curso. Realmente me dedicava e esperava o mesmo dos meus colegas. Empurrei o TCC com a barriga, confesso (pelo cansaço principalmente) mas aprendi muito enquanto trabalhava e estudava loucamente.

Nem tudo foram flores. Briguei com docentes, tive vontade de processar alguns e discordei de vários. Ao longo do tempo me pareceu ser frequente que em Instituições de Ensino, julgo, o corpo docente se complementa mais por teoria que prática. Uma pena. Tenho contato no Facebook com alguns docentes. Os que considero mais legais e bons profissionais. Um deles até recebeu um freela meu pois não estava com planejamento suficiente para levar adiante. É claro que discordo de muitas coisas em relação a Universidade mas jamais diria que foi ruim. Torcer o nariz para o conhecimento acadêmico nunca me pareceu ser uma escolha viável. Conheci pessoas, amadureci e cresci como profissional.

Acredito que a maior vantagem da Graduação seja desconstrução. Quando estudamos por conta própria, seguimos nossas regras. Nosso psicológico pode tornar nossas metas fáceis de alcançar (às vezes inconscientemente).

Ao optarmos por graduação, estamos automaticamente seguindo regras de outras pessoas, cronograma criado por pessoas com mais experiência, sendo direcionado por curadoria com vivências diferentes. Isso pode trazer grandes surpresas, desafiar o alcance de obstáculos maiores.

É claro que, o conceito pode ser adaptado à outra realidade. Peça para que alguém com mais experiência criar um cronograma de aprendizado a você. Quando as regras não são suas, o aprendizado é maior.

Tudo que te oferece a oportunidade de sair da zona de conforto vale a pena. Conhecimento nunca é demais. Cursos superiores servem para te oferecer base teórica, noção de trabalho em equipe e visão técnica ampla. É uma das formas de se aprender a “ciência”, e quiçá, abrir horizontes. Mas a faculdade não vai te oferecer tudo que você precisa. Ela é uma síntese e após, você escolhe seu caminho.

Cada pessoa possui uma estrada. Fazer um curso superior pode ser importante para uns e não ser a melhor opção para outros. A maioria das empresas no país pedem formação mas isso está mudando. Muitas empresas, brasileiras ou não, já contam com conhecimento atrelado à experiência e talento. Mas recomendo faculdade, não importa sua condição profissional. O mercado está sempre se modificando, por isso, trace seu próprio caminho. É uma escolha apenas sua e nenhuma será perda de tempo se você realmente é voraz.

Imagem: Freepik.

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