Estudo inédito no litoral paulista vai anilhar ave limícola

Márcio Ribeiro

Entender, compreender e estudar é fundamental para propor ações certeiras que ajudem na preservação e conservação da espécie. Foi pensando nisso que um grupo com biólogos e veterinários se reuniu para anilhar as aves limícolas do litoral paulista e assim aprender mais sobre o comportamento delas.

A primeira ave a ser estudada no projeto será o Piru-piru (Haematopus palliatus), uma ave limícola que apresenta uma particularidade em Peruíbe: Elas criam os filhotes nas ilhas próximas, ao contrário do que acontece na maior parte do Brasil, onde elas criam nas praias, entre as dunas.

Por que isso acontece? Essa é umas das perguntas que o estudo pretende revelar. Os pesquisadores querem saber também quantos “pirus’ vivem no litoral, quanto é a taxa de mortalidade, como usam o habitat, se as populações estão aumentando ou decaindo e saber para onde vão os jovens depois que crescem e se separam dos pais.

Uma outra coisa importante que a equipe quer descobrir é se a espécie permanece na mesma categoria de conservação no estado, dentre as três:

-Vulnerável: a espécie começa a se tornar ameaçada

-Em Perigo: a espécie já está num grau preocupante

-Criticamente ameaçada: a espécie corre risco imediato de desaparecer

De acordo com a última publicação do livro “Fauna Ameaçada do Estado de São Paulo”, o Piru-piru foi classificado como vulnerável.

Piru-piru será a primeira ave limícola anilhada no projeto, foto de Márcio Ribeiro

Anilhas

Por enquanto, no projeto, serão anilhados os pirus-pirus de Peruíbe, Itanhaém e Ilha Comprida. As anilhas coloridas têm um código alfa numérico e têm proteção UVA-UVB para não desbotar.

As anilhas verdes são para Ilha Comprida e azul para Peruíbe/Itanhaém. Serão colocadas uma anilha metálica numa pata, que é fornecida pelo CEMAVE (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres), e uma colorida na outra pata, para as pessoas poderem ver e saber de onde o indivíduo é. O projeto já possui 400 anilhas.

Esse projeto, que é aprovado pelo Governo Federal e patrocinado pela ONG Wader Quest tem a previsão de começar em  agosto, que é quando as aves começam e criar.

Detalhe de uma anilha, imagem cedida por Bruno Lima

Adote um Piru-piru

Dentro deste projeto, os organizadores estão fazendo a campanha “Adote um Piru-piru”, onde a pessoa doa o que quiser e pode dar um nome para uma ave anilhada, além de poder acompanhar por onde ela anda. Quem quiser mais informações a respeito pode ligar para o número (13) 99179-6052.

Em breve, serão instaladas placas ao longo da praia informando o que fazer quando encontrar uma das aves pesquisadas e para quem avisar.

Piru-piru na praia de Peruíbe, foto de Karina Avila

Piru-piru

O piru-piru é uma ave costeira de ampla distribuição por toda a América e é facilmente identificável por conta da sua coloração características e por seus hábitos. Alimenta-se de bivalves, cracas, gastrópodes e outros invertebrados costeiros. Utiliza o bico como alicate, espaçando as valvas ou quebrando-as.

Registros da espécie no Brasil feitos pelos usuários do Wikiaves

Texto e Reportagem: Márcio Ribeiro

Imagens: Creditadas no local

Colaboração: Bruno Lima e Wikiaves

Contato: [email protected]

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Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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