Encontro com Fátima Cristina Pires – Parte 3: “Mãe”

E tudo veio dela, vida, a vida vem diretamente dela, pois ela gera, ela nutre, ela fortalece.
Durante muitos e muitos tempos, a humanidade teve um sistema social chamado matriarcal, onde a importância da mulher era destacada e respeitadas em diferentes grupos e localidades dentro naquele mundo milenar.

Temos comprovações arqueológicas desse fato com um dos achados arqueológicos mais importantes desse contexto que foi o encontro da chamada Vênus de Willendorf, que mostrava esse fascínio por aquela que multiplicava, por aquela que gerava e assim proporcionava a continuidade da humanidade.

A mitologia de várias civilizações antigas tem na mulher um dos principais símbolos da vida, harmonia e valorização humana, tanto que essas mitologias na sua grande maioria exalta a deusa da colheita, a Deusa mãe, a que traz a vida e o fruto para que essa vida se sustente.

E assim foram durante milênios, até o predomínio patriarcal que colocou a mulher e seus propósitos em segundo plano até mesmo em desvantagens físicas, intelectuais, políticas e econômicas em relação aos homens.

Mas a figura materna mesmo que muitos querendo renega-la era vital para o prosseguimento da humanidade, muitas mulheres assumem lutas em disputas diversas, mas sem renegar um dos papeis mais emocionantes e importantes da humanidade.

No final da Idade Média e principalmente no período da Idade Moderna por meio de várias mudanças o papel da mulher se destaca no mundo cristão principalmente para os Católicos Romanos na figura de Maria, mãe de Deus, a escolhida para trazer a luz e a realidade da Vida Eterna, a mãe de Todos os homens.

Surge então uma propagação da importância de Maria no mundo católico, juntamente com a fé, a esperança que fazia com que a humanidade se sentisse ampara deu a ela inúmeros títulos tais como: Mãe dos Aflitos, Mãe da Divina Graça, Mãe da Boa Esperança, Mãe da Igreja, entre muitos outros.

Sabemos que Maria é uma só, mas essa necessidade de aproximação de fazê-la nossa companheira e depositória de todas as nossas confianças deu a ela também os vários títulos expressados dessa forma: Nossa Senhora dos Aflitos, Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora Aparecida, cada fato, cada história, faz criar uma gama de confiança na mãe que nos Ampara.

Muitas outras religiões tem no sentido feminino a mãe protetora, a mãe que ampara, assim como Demeter deusa da colheita, a que cuida da terra e alimenta o povo.

Mãe é assim, não importa se é de sangue, ou mãe de alma, ou mãe de afeto, o que importa é sentir a proteção de seu olhar que nos consola e nos alivia das dores e nos acalenta dando – nos força e coragem para prosseguir.

A mãe nos ensina, por meio de seus gestos sinceros e afetuosos, todos os ensinamentos que podemos usar na convivência com as pessoas no nosso eterno caminhar descobrindo a vida e nos descobrindo nela.

Autoria e Texto : Fátima Cristina Pires
Historiadora, especialista em Patrimônio Histórico e Mestre em Educação.

Imagem: Pixabay

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Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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