Em 2007: Eike Batista planejou construir porto de R$ 4 bilhões em Peruíbe

Leia matéria feita há 10 anos e conheça o projeto do Porto Brasil.

Com a história da construção do Porto Brasil novamente à tona, a ideia de Peruíbe como uma cidade calma, hospitaleira e ecológica pode estar com os dias contados. É que o grupo empresarial de Eike Batista protocolou junto ao Governo de São Paulo o plano de trabalho para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) do Porto Brasil, projeto polêmico que promete tornar a cidade concentradora de diversos tipos de cargas até o final da próxima década.

Mesmo sem citar em nenhuma linha os sambaquis de até nove mil anos e nem mesmo a reserva indígena de Piaçaguera, o investimento total previsto foi definido em pouco mais de R$ 4 bilhões, mas ainda não se sabe de onde saíra tanto dinheiro.

De acordo com o relatório, o complexo portuário será dedicado às seguintes atividades industriais: automobilística, elétrica, centros de distribuição, pátio para contêineres vazios, centros de pesquisa, fabricação de pré-moldados de concreto, fabricação de máquinas e equipamentos, além de processamento de carnes e de alimentos em geral.

O relatório também confirma a pretensão de se construir uma ilha artificial para a atracação de navios, a cerca de três quilômetros da costa, onde o calado chega a 17,5 metros, ideal para a chegada de grandes navios, hoje impedidos de entrar nos maiores portos brasileiros por terem profundidade menor.

As mercadorias que serão trabalhadas no futuro empreendimento são: minério de ferro, soja, açúcar, líquidos a granel, fertilizantes e contêineres. Na parte de líquidos, os técnicos precisam que, em um primeiro momento, somente o álcool será manuseado em Peruíbe. Já a ilha artificial onde os navios atracarão será ligada ao continente por duas pistas rodoviárias, esteiras para transporte de produtos agrícolas e minério de ferro, além de rampas e dutos de álcool.

Contrapartidas

A LLX compromete-se a trabalhar no desenvolvimento de atividades de suporte ao complexo, investir nas áreas comunitárias e recreativas, reciclagem de resíduos industriais e incentivar atividades de lazer e cursos profissionalizantes, para capacitação da mão-de-obra peruibense. Tudo isso deve sair do papel em até 35 meses, a partir do momento em que a licença prévia for emitida pelo Governo de São Paulo.
O grupo de Eike Batista também pretende convencer a concessionária ALL a reativar a linha férrea Santos-Cajati, que ligaria novamente o Litoral Sul ao Vale do Ribeira.

Na parte de meio ambiente, o plano de trabalho explica que o Porto Brasil será instalado em área com mata de planície, Mata Atlântica, restinga e manguezais. Lembrando que a área está próxima ao Patrimônio Mundial da Humanidade e uma das últimas áreas de Mata Atlântica preservada, que é o Mosaico de Unidades de Conservação Juréia-Itatins e caso o projeto seja aprovado, “bau-bau” Juréia.

Reportagem: Márcio Ribeiro
Foto: Coranews / Márcio Ribeiro
Ano da notícia: 2007
Postagem: O Garoçá

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Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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