A Dama da Praia Central
Eu tinha uns 12 anos naquela época e a “dama da praia central” aparentava ter uns 17 anos. Linda!
Ela saía da escola e caminhava sozinha em direção à praia. Passava pela pracinha do coreto, descia a feirinha e ficava sentada nos banquinhos que havia onde hoje é a ciclovia. A menina era danada, ficava mexendo com os homens que passavam em frente ao prédio redondo dirigindo aqueles carrões. De vez em quando entrava em um deles. E eu de longe, com a minha bicicleta que insistia em cair a corrente, só observava.
Ela era índia e tinha a pele “negra-mulata”. Os cabelos pretos eram bem lisos, escorriam pelo seu corpo e serviam de cortina para tampar os fartos “seios de bico-de-agulha”. As coxas dela eram bem grossas e desprovidas de estrias ou celulites. As suas nádegas avantajadas sustentavam confortavelmente todo o seu corpo quando ela sentava. Ah…e como era sexy esta menina. Sim, caro leitor, confesso que observei bem os detalhes, apesar disso, eu ainda estava em minha infância e não conhecia o jardim de mato preto e chão molhado.
De vez em quando ela não aguentava o calor (vezes do sol ou vezes dela mesma) e entrava no mar com os seios à mostra. Parecia que o tempo parava e que nada mais importava na vida, pois nada devia impedir o doce caminho do
balanço de seus quadris rumo ao mar…
A “dama da praia” desfilava na orla central as terças e quintas, sempre depois do almoço. Ficava até encontrar uma grande aventura ou ia embora junto com o sol, quando ela se encontrava consigo mesma, totalmente integrada à natureza.
Texto e Criação: Márcio Ribeiro
Postagem: O Garoçá
Todos os direitos reservados – Outubro de 2016
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Sobre o autor
Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."
Oi, Márcio. Gostei muito do texto, não só porque foi bem escrito, mas principalmente pelas nuances do comportamento dela e da visão ingênua própria de um garoto de doze anos, que, apesar disso, registrou os detalhes marcantes da silhueta da moça. Meus parabéns!