Crônica: Um hipotético passeio sem volta pelas maravilhas do continente africano
Produzido em 2016 para o Jornal Bem-te-vi, nunca publicado
Título original: “A África é mesmo incomparável”
De: Márcio Ribeiro
Enquanto muitos gostariam de conhecer Nova York, Paris, Londres e Itália, eu gostaria mesmo de conhecer o continente africano.
Gostaria de sentir o calor do deserto do Sahara sentado no lombo de um camelo, enquanto no frio da noite assistiria ao espetáculo das milhares de estrelas no céu Argelino.

E não pense que são as rotas turísticas que me atraem não. São as mesquitas de Niamey e Tombuctu – no Níger e Mali – ou os bairros periféricos de Bangui, na República Centro Africana, um dos países mais pobres do mundo.

Gostaria de passar dias em uma tribo pequena ao sul do Sudão e ali brigar pela vida, atrás de raízes, água, sabedoria e crescimento interior…
Na grande cachoeira de Vitória, ao norte de Botswana, me jogar de um grande precipício e ver no que dá…
Tomar um banho de mar no grande deserto costeiro da Namíbia ou que tal na região dos lagos de Uganda?
O que eu veria navegando pelo Rio Okavango em uma pequena canoa?

Será que arrumaria emprego fácil em Kikwit, no antigo Zaire, cidade assolada pelo ebola na década de 90?
Será que eu encontraria o vírus lá pelos lados do Rio Ubangi?
Conseguiria viver como pescador na costa de Madagascar ou do Saara Ocidental, na divisa com Marrocos?

A partir de Djibuti, atravessar o Mar Vermelho…Não como fez Moisés na bíblia, quando ele atravessou em direção ao Oriente Médio, mas sim rumo ao canal de Suez, no Egito…
Etiópia, Burkina Faso, Zimbabwe, Gabão? Qual passeio lhe parece melhor?

Imagina quantos animais e quantos locais inexplorados deve haver na grande floresta do Congo?

Será que é possível melhorar a vida dos milhares de moradores nos campos de refugiados?
Será que eu faria algo por alguém em Daddab, o maior do mundo?
Criaria uma fórmula para o Lago Tchad parar de secar e voltar ao seu tamanho original?
Conversaria com membros do Boko Haram, em Maiduguri, norte da Nigéria, para eles pararem com a guerra religiosa e amassem a todos como seus irmãos?
Treinaria um time de futebol ou classificaria uma fraca seleção para a próxima Copa do Mundo?

É por lá, no grande continente africano, que abunda a vida e fervilha nas veias de todas as criaturas.
Foi de lá que vieram grandes pragas que assolam o mundo e que ao mesmo tempo não deixam de ser maravilhas. Sim, pois frear o grande ímpeto da humanidade – que pensa apenas em si próprio – é um grande êxito.
Aids, Ebola, mosquito Aedes Aegipty e outras enfermidades. Muitos cientistas acreditam que o Homo-sapiens também veio de lá ou, como disse a ex-presidenta Dilma, as mulheres Sapiens também…
É no continente africano quer ainda vivem grandes animais completamente soltos e integrados à natureza. Você aí, leitor, sabe o nome de muitos deles, mais até do que os animais da própria fauna brasileira.

Visitar o continente africano é, quem sabe, beber um pouco da essência do ser humano, de nossa essência, um pouco de primitivo que tem dentro de cada um nós, que está se perdendo nesta vida urbana, moderna e mesquinha dos tempos de hoje, quando qualquer apagão elétrico pode comprometer a vida e milhões de pessoas…
Mais do que o apagão elétrico, o pior é o apagão de afeto, carinho e amor…
O pior é o apagão da alma!
Texto e Autoria: Márcio Ribeiro
Imagens: Google, Google Maps, Google Earth
Contato: [email protected]
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Sobre o autor
Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."