Conheça a Borboleta Estaladeira, flagrada pelas lentes de O Garoçá

Você sabia que uma borboleta emite sons parecidos com estalos?

Trata-se da linda “Borboleta Estaladeira” (Hamadryas sp), flagrada pelas lentes de O Garoçá, na Luciano de Bona, em frente a E.E. Carmen Miranda, em uma árvore Clitória (Clitoria fairchildiana).

Por aqui, Peruíbe, ela não é tão difícil de ver, pois o autor da foto já a viu por duas vezes na estrada da Prainha e recebeu fotos mostrando a presença dela do Guaraú, próximo a Cachoeira das Antas.

Das vinte espécies de  Hamadryas, oito ocorrem nas Américas do Sul e Central, quatro vivem na América Central e México e oito são exclusivas da América do Sul, sendo que, destas, duas são típicas da Região Sudeste do Brasil.

Elas aparentam ser agressivas, podendo “estalar as suas asas” quando outras borboletas passam por perto, aves ou qualquer outra coisa, mas esse registro não foi feito para essa reportagem.

Charles Darwin (1809-1882), famoso cientista e naturalista, autor do livro “A origem das espécies”, entre outros, deixou um relato a respeito da Hamadryas feronia, após a sua visita ao Brasil, leia:

“Os hábitos do (Papilio feronia) muito me surpreenderam. Esta borboleta não é rara, e frequenta geralmente as laranjeiras. Conquanto voe sempre alto, amiúde pousa nos troncos das árvores. Nessas ocasiões a cabeça fica voltada para baixo, e as asas, ao invés de se colarem verticalmente, como comumente acontece, estendem-se abertas num plano horizontal. Esta foi a única borboleta que vi servir-se das pernas como meio de locomoção. Não estando prevenido dessa particularidade, o inseto, quando aproximei cautelosamente a pinça, e no momento preciso em que ia tomá-lo, desviou-se rapidamente para um lado e fugiu. O fato mais singular, no entanto, é a propriedade de que goza esta espécie: a de produzir um ruído de chocalho. Várias vezes, quando duas borboletas, talvez um macho e uma fêmea, voltejavam num trajeto irregular, uma atrás da outra, pude ouvir distintamente pequenos estalidos, ao passarem próximos de onde me achava. O ruído era contínuo, em pequenos intervalos, e podia ser ouvido a cerca de vinte metros de distância. Tenho certeza de que na observação não houve ilusão alguma.

-Charles Darwin

De acordo com o site Wikiwand, esta capacidade de produzir o som de um estalo quando as borboletas batem as asas deu a elas o nome popular de “estaladeiras” no Brasil. O mecanismo associado à produção do som por Hamadryas foi tema de um longo debate entre entomólogos de várias partes do mundo, o que incluiu também a investigação sobre sua capacidade auditiva. Ambos os fatos foram comprovados através de experimentos muito engenhosos. Observações posteriores feitas com exemplares manipulados confirmaram observações visuais de que apenas os machos das espécies do grupo feronia são capazes de produzir som.

A observação de borboletas (Butterflywatching) é bastante desenvolvida em alguns países estrangeiros, enquanto, no Brasil a atividade ainda engatinha, apesar do grande potencial que possui. Em Peruíbe, algumas poucas saídas para a observação já foram realizadas de forma profissional.

Abaixo, veja a foto da Estaladeira (Hamadryas sp)

Texto e Reportagem: Márcio Ribeiro

Foto: Márcio Ribeiro

Contato: [email protected]

Percorrendo as praias de Peruíbe e região

Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


One Reply to “Conheça a Borboleta Estaladeira, flagrada pelas lentes de O Garoçá”

  1. Kleber Ribeiro Leal Ardizzoni

    Muito bom vê-las voando entre as árvores. No Horto Florestal de São Paulo predomina a espécie marrom

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