As mães de Chico Xavier

Com direção de Glauber Filho e Halder Gomes, As mães de Chico Xavier já é o terceiro filme lançado, dentro de pouco mais de um ano, na série de produções que vêm exaltando o espiritismo, através de histórias relacionadas ao médium Chico Xavier. No entanto, a produção atual quebra a linearidade de um caráter inovador e muito bem interpretado trazido pelos outros filmes Chico Xavier e Nosso Lar.

 

Diferente dos dois anteriores que conquistaram plateias de cinema contando com um público total de 3,4 milhões de espectadores em Chico Xavier e 4 milhões em Nosso Lar, os diretores trazem para a trama atual uma história previsível, privada de recursos cenográficos e sem riqueza de interpretação e entrega dos atores aos personagens.

 

Baseado no livro “Por trás do Véu de Ísis” de Marcel Souto Maior, o filme traz histórias paralelas que envolvem um casal, interpretado por Herson Capri e Via Negromonte, que vive a dor causada pelas insanidades do filho drogado, uma professora que precisa lidar com uma gravidez indesejada, um jornalista (Caio Blat) que precisa ir até Chico Xavier (Nelson Xavier) para produzir uma reportagem especial sobre o dom do médium de conversar com os espíritos e uma mãe desesperada com a morte do filho pequeno.

 

Ao final, todas as histórias se cruzam quando estes personagens, assolados pela dor de terem perdido alguém próximo, vão ao encontro de Chico Xavier em busca de uma resposta sobre o destino de seus entes queridos.

 

A ausência de brilhantismo, imprevisibilidade e a inércia dos personagens contribuem para um filme lento, cansativo e memorável apenas pelas poucas atuações de Nelson Xavier – que assim como na trama de Chico Xavier, não deixa de trazer para os telões o realismo do médium – e pelas pouquíssimas vezes em que a emoção consegue ao menos tocar de forma leve os espectadores, mas nada que se compare à intensidade emocional trazida pelas produções anteriores.
Por Mariana Mascarenhas

Sobre o autor

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Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.


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