Álbum “Brasil” dos Ratos de Porão completa 30 anos ainda com letras atuais

Uma porrada de letras e som! Se você não tem preconceito contra o punk, hardcore e nem com gordo, dê uma olhada neste álbum lançado no final dos anos 80 pela banda brasileira Ratos de Porão. Se você já ouviu falar deles, conhece o João Gordo, mas não sabe que “apito eles tocam”, esta é a sua chance de conhecer.

Confira as faixas que destacamos:

A faixa que abre o “CD” é chamada de “Amazônia nunca mais”. Fala da destruição da amazônia e diz que o mundo precisa do inferno verde, isto é, muitos se aproveitam e lucram com a destruição daquela floresta: “Mas o homem branco com seu sujo poder escravizou e prostituiu. Se aproveitou da pura inocência dos verdadeiros filhos do Brasil”, trecho.

A faixa 2 traz a música “Retrocesso” que fala diretamente do medo da volta da ditadura militar. A questão é que o disco acontece em 1989, mas parece que estamos falando dos dias de hoje. Profecia? “Cuidado com o poder do regime militar. O tempo vai retroceder e o DOI-CODI vai voltar no Brasil! Brasil! Brasil! Ame-o ou deixe-o. Essa era a solução de Médici e sua corja imposta para o povo do Brasil! Brasil! Brasil!”

Na faixa 3, o título já diz para quê a música veio. “Aids, Pop e Repressão” faz uma crítica ao aumento do número de AIDS, ao mercado fonográfico e a repressão policial.

AIDS: “Emborracha o danado para não se infectar. Aquela coisa boa você nunca vai achar”.

Pop: “O rock brasileiro é uma farsa comercial”.

Repressão: “As drogas representam um caso policial”.

Outro trecho: “Sexo, drogas, rock ‘n’ roll. Quem está nascendo agora isso não vai conhecer. Aids, Pop, Repressão. O que é que eu fiz para merecer isso?”

Após as três primeiras músicas, pulamos as faixas:

4 -“Lei Do Silêncio”

5 – “S.O.S. País Falido”, onde fala da inflação e que o país vai afundar.

6- “Gil Goma” (Homicídio, latrocínio), em referência ao famoso repórter policial, Gil Gomes.

7- “Beber Até Morrer”, fala para os jovens não se entregarem à bebida

8 – “Plano Furado II”, aqui a letra critica a constante troca de moedas, antes do plano Real.

9 – “Heroína Suicida”, aqui fala para as pessoas não se entregarem às drogas

10 – “Crianças Sem Futuro” , trecho: “Temos aqui também um “Xou” de alienação”, em referência ao popular Programa da Xuxa, que fazia sucesso na época. 

Para avançarmos para a música

11- “Farsa Nacionalista”. Se esta letra fosse postada hoje, o autor seria acusado de esquerdista, lulista e sabe-se lá com qual outro “ista” iriam rotular. Mas que parece uma fala para aqueles que apoiam o Bolsonaro e que são alienados parece. Você é um pobre de direita? Então o recado pode servir para você:  “A pátria armada nas mãos dessa cambada de extrema direita, T.F.P. Ficará manipulada por burgueses moralistas e não há lugar para você.”

Confira a música

Depois o álbum segue com

12- “Traidor”

13-  “Porcos sanguinários”, em referência à polícia.

14-  “Vida animal”, letra forte e impactante, destacando alguns dos defeitos humanos.

15- “O fim”, instrumental.

16- “Máquina Militar”, crítica aos militares: “Escute soldado, você está mutilado. Você não nos serve mais”

17- “Terra do Carnaval”. Nesta, a letra fala da dificuldade do povo por conta da corrupção: “Você sabe de onde eu venho? Da terra do carnaval, onde a maioria é pobre e se fode pra viver”. “Minha terra tem ladrões que aprenderam a roubar, na escola do poder, honestos não entram, não!”

18- “Herança” é a última.

O álbum foi gravado na Alemanha, em duas versões: Uma em português e a outra em inglês. Foi o quarto álbum da banda que está ativa até os dias de hoje. Após este, foram mais 10 álbuns de estúdio.

Confira o trabalho completo:

https://www.youtube.com/watch?v=WvUJOzkHwMg

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Texto e Postagem: Márcio Ribeiro

Pesquisa: Márcio Ribeiro

Imagens e Vídeos:Youtube

Contato: [email protected]

Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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