A Separação
Dirigido por Asghar Farhadi, esta produção iraniana sintetiza de forma bem realista os dramas vividos por um casal que está se separando e nos coloca em uma proximidade real tão acentuada dos conflitos humanos, que chegamos a acreditar estarmos dentro de um drama que acontece em tempo real.
A Separação traz a história do casal Simin (Leila Hatami) e Nader (Peymann Moadi), que precisa se divorciar para que a mulher possa ir embora do país, já que seu marido não pode ir, pois o pai dele tem Alzheimer e precisa de cuidados. Pensando em proporcionar uma situação melhor para Termeh (Sarina Farhadi), a filha adolescente do casal, Simin quer levar a garota junto com ela, mas Nader não gosta nada da ideia e resolve não assinar os papéis do divórcio.
Após a discussão do casal em frente ao juiz, em um plano geral que foca os dois dialogando com a câmera, a qual coloca a plateia na visão do juiz, Simin volta para a casa de seus pais enquanto Termeh continua morando com o pai e o avô doente. A partir de então, Nader precisa contratar alguém para cuidar de seu pai e arruma Razieh (Sareh Bayat), uma empregada grávida que aceita a proposta, mas tem grande receio de que seu marido desempregado descubra que a esposa trabalha na casa de um homem separado.
Dois grandes acontecimentos envolvendo Razieh, Nader e seu pai doente vão gerar uma série de questionamentos e intrigas, que acabam parando na Justiça, e acarretam em uma forte oposição entre a família de Nader e Razieh com seu marido.
Com 123 minutos de duração, A Separação foi produzida apenas com som ambiente para que o espectador se aproximasse mais de um conflito real, além da execução de vários travellings (a câmera se movimenta junto com o que está sendo focado por ela) produzindo cenas com movimentos e trepidações que pudessem refletir o drama dos personagens. Como o diretor trabalhou o filme de modo que o público também possa formar pontos de vista, a respeito das possíveis interpretações que possam surgir, Farhadi confere um grande desfecho para a produção ao permitir que cada espectador também participe da formação da história ao ter seu próprio ponto de vista na conclusão da trama.
Vale a pena conferir esta grande produção vencedora do Globo de Ouro, Festival de Berlim de 2011, Urso de Prata e Urso de Ouro e ainda concorre a categoria de melhor filme estrangeiro na cerimônia do Oscar que acontece no dia 26 de fevereiro.
Por Mariana Mascarenhas
Sobre o autor
Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.