A Busca

 

Um pai entra em desespero quando seu filho anuncia que passará o fim de semana na casa do amigo e simplesmente desaparece sem dar sinal de vida. Este é o cenário de A Busca, filme dirigido pelo estreante Luciano Moura.
No enredo Wagner Moura é Theo, um médico que vive discutindo com sua esposa (papel de Mariana Lima), com quem está em vias de separação. O casal tem um filho de 15 anos (interpretado por Brás Moreau Antunes). Num certo dia, Theo trava uma ferrenha discussão com o filho – em razão de uma cadeira dada ao menino pelo avô, pai do médico – e se exalta explosivamente com o garoto.
O conflito entre os dois detona o estopim para uma decisão do menino: ao sair de casa dizendo à mãe que passaria o final de semana na casa de um amigo, na verdade ele preparou a própria fuga.
 
Após constatarem que ele havia mentido e estava desaparecido, Theo e sua esposa entram em total desespero. Enquanto a mãe do menino fica em casa, por recomendação do próprio marido, para o caso de receber ligações que possam avisar sobre o paradeiro do jovem sumido, Theo sai numa busca desenfreada na esperança de encontrar o rapaz.
 
A partir de então ele vai encontrando uma série de pistas sobre os lugares em que o menino esteve. Com um tema interessante e que poderia ser bem mais explorado – inclusive para trabalhar melhor o raciocínio dos espectadores ao proporcionar um verdadeiro quebra-cabeça na elaboração de indícios que revelem progressivamente o paradeiro do filho de Theo – a forma como o protagonista é levado pelas circunstâncias a tentar achar o seu filho se dá de modo bastante previsível e linear, sem qualquer variação que possa gerar na plateia um tom de suspense, gênero muito bem-vindo e praticamente requerido neste tipo de trama.
O ator Wagner Moura, como de praxe, possui uma excelente atuação e consegue passar mais do que a composição de seu personagem requer no roteiro. No entanto, quem acompanha sua trajetória cinematográfica pode observar que ele já esteve ainda mais brilhante em produções como O Homem do Futuro, Vips e, é claro, o genial Tropa de Elite 2, que bateu recordes de bilheteria nacional. Todavia, o próprio contexto ameno do roteiro pode ter contribuído para a atuação mais comedida de Moura em A Busca.
Outro ponto de destaque é o fato de tanto ele quanto a Mariana Lima representarem de modo muito próximo à realidade o afloramento das emoções que se tornam mais intensas à medida que seus respectivos personagens vão permanecendo mais tempo sem saber notícias do filho.
O longa-metragem tem duração de 96 minutos e conta com a participação especial do ator Lima Duarte.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas

Sobre o autor

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Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.


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