Encontro com Fátima Cristina Pires: Conheça a história dos símbolos natalinos

O Natal e seus Símbolos.
Nos países de fé cristã a época Natalina é para muitos mágica, mesmo sabendo que toda essa magia é passageira, há um grande número de pessoas que vivem esse significado e sente tudo isso de uma forma transformadora e renovadora em suas vidas, por isso todo final de ano os símbolos natalinos é um dos maiores responsáveis pelo florescimento desse sentimento e é sobre eles que iremos falar nesse artigo, sobre a identidade natalina retida em cada detalhe de sua decoração, seja nos lares, nas ruas, nos estabelecimentos ou igrejas, cuidar dos símbolos e das cores natalinas é algo que dá ainda mais vida a toda essa magia.

A humanidade desde seus primórdios e ainda mais após a sua estrutura sociocultural desenvolveu e muito as suas festa pagãs, a principio muitas festas dedicadas á vários deuses cada um com sua representatividade, dessa forma a humanidade se sentia viva e agradecida pelos acontecimentos do cotidiano e assim a estrutura e o fortalecimento do homem como ser social e político ia se estabilizado.

Após o nascimento de Cristo e principalmente após a publicação do edito do Imperador Constantino que liberou o culto cristão e mais ainda após o edito do Imperador Teodósio que em 390 d.C. torna o cristianismo a religião oficial do Império os cristãos finalmente após anos de perseguição e morte absorve as festas pagãs e assim vai transformando a identidade dessa cultura pela identidade do mundo cristão e o natal que comemoramos nos dias atuais como o nascimento de Cristo, foi um grande exemplo dessa transformação, pois nessa época do ano havia a festa no hemisfério norte para comemorar a chegada do inverno assim como a festa da chegada do verão depois foi dedicada a festas Juninas e principalmente a de São João Batista primo de Jesus e seis meses mais velho, hoje um dos mais importantes Santos Católicos pois, anunciou e batizou o Messias que está a caminho.

Os símbolos natalinos após toda essa estruturação de datas e comemorações cristãs foram sendo construídos ao longo dos séculos em vários cantos do mundo e dessa forma as diversas culturas e manifestações antigas de diversos povos foram sendo construías nos costumes e assim nasceu as tradições natalinas.

A árvore de Natal teve suas primeiras aparições por volta do século VIII d.C., quando Bonifácio, hoje São Bonifácio, foi evangelizar lá pelos lados da então Germânia, região essa na época ainda muito pagã, ele então em um ato bem simbólico e para os padrões de hoje totalmente anti ecológico mandou derrubar um carvalho milenar símbolo de Odin e Thor, deuses da mitologia nórdica, com a queda do imenso carvalho muitas árvores ao seu redor foram eliminadas também restando em pé apenas um pinheiro no qual imediatamente Bonifácio ligou a resistência de Cristo perante as atrocidades humanas, pois aquele pinheiro resistiu a queda do carvalho e por isso daquele momento em diante ele representaria o menino Jesus nos lares (estavam na época do advento) e o costume de se plantar um pinheiro nessa época se espalhou por toda a Europa e com o passar do tempo em todo mundo cristão.

As bolas que são colocadas no pinheiro vieram bem depois e já nasceram cheias de simbologia assim podemos dizer que ao se colocar doze bolas estamos homenageando os doze apóstolos de Cristo, trinta e três simboliza os anos da vida de Jesus, e ainda 24 ou 28 nos remete os dias de advento, as cores também têm a sua representatividade as bolas azuis representam as orações de arrependimento, as prateadas simbolizam o agradecimento, as douradas o louvor e as vermelhas são de prece.

Ainda como enfeite temos os três sininhos que representam a Santíssima Trindade, os sete anjinhos que representam o espírito angélico, ou seja, os pequenos anjos diante de Deus, as bengalinhas é para lembrar o pastoreio de Jesus é o seu cajado quanto pastor, e os pequenos pacotes representam as boas ações e os sacrifícios que estamos dando a Jesus no Natal.

A estrela no topo da árvore de natal é para lembramos da estrela de Belém a que guiou os três Reis Magos do Oriente, além de representar a fé que ilumina e guia a vida dos cristãos.
Um dos maiores símbolos natalinos é o presépio, que foi criado em 1223 por São Francisco de Assis que dessa forma pretendia representar de uma maneira lúdica e emocionante o nascimento do Salvador, o material por ele os usado foi a palha para representar Jesus, Maria e José, já os animais ele demonstrou de forma real colocando em cena um boi, um jumento e uma ovelha no cenário.

O presépio desde então começou a ser espalhado pelo mundo todo, chegando ao Brasil junto com os primeiros Jesuítas, quem montou o primeiro presépio em grandes proporções em nossa região foi o pintor Benedito Calixto no município de Itanhaém, e hoje esse município tem uma grande tradição de fazer o seu presépio de esculturas confeccionadas com areia da praia.

As velas de Natal na sua forma mais artesanal representa o reino animal e vegetal, a cera de abelha é o reino animal, o algodão que se faz o pavio é reino mineral e quando a vela é acesa representa Jesus Cristo, a luz do mundo.

As luzes natalinas expressam a luz que Jesus trouxe à humanidade ao nascer, essas luzes hoje ficam expressas nas árvores de natal, nas fachadas das casas e lugares públicos, saudando assim o início de uma nova era.

O Papai Noel hoje talvez seja um dos símbolos mais marcantes do Natal, representante do próprio capitalismo, na troca dos presentes hoje sem muito significado religioso e mais capitalista.

A origem do Bom velhinho está ligado a Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira na Turquia, hoje conhecido como São Nicolau, ele costumava ajudar as pessoas que se encontravam em situação financeira difícil, gostava de presentear os pobres e os marinheiros vítimas de tempestades, após a sua morte em oração as crianças passaram a lhe pedir presentes e por Nicolau ter ajudado muitos os Marinheiros esses passaram a distribuir presentes as crianças carentes e a levar essas tradições aos vários lugares por onde passavam, vestindo-se de uma roupa verde e amarela, foi somente na década de 1930 que o papai Noel ganhou a cor e essa forma mais gordinha, por meio das ilustrações de um irlandês contratado pela coca-cola pra fazer com que o refrigerante chegasse ao gosto e ao público infantil já que a princípio era vendido como xarope e proibido as crianças, a partir dessa época a tradição e o amor ao “Bom Velhinho” foi se espalhando com a garantia de cartinhas e todo um mundo mágico foi construído a sua volta.

Poderia escrever muito mais sobre as simbologias do natal e como essas simbologias contam a história da humanidade pro meio de uma data de tantos acontecimentos e símbolos que a envolve mas, com certeza o mais interessante seria para todos nós que esse chamado “espírito natalino” não perdurasse apenas nos dias que rodeiam o chamado natal, mas que permanecesse no espírito humano dando assim a todos mais dignidade e respeito a nós e ao nosso próximo.

Texto: Fátima Cristina Pires
Historiadora, pesquisadora e Mestre em Educação

Imagens: Pixabay

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Sobre o autor

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Sou Jornalista, Técnico em Turismo, Monitor Ambiental, Técnico em Lazer e Recreação e observador de pássaros. Sou membro da Academia Peruibense de Letras e caiçara com orgulho das matas da Juréia. Trabalhei na Rádio Planeta FM, sou fundador do Jornal Bem-Te-Vi e participei de uma reunião de criação do Jornal do Caraguava. Fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Peruíbe e no Jornal Expresso Popular, do Grupo "A Tribuna", de Santos, afiliada Globo. Fui Diretor de Imprensa na Associação dos Estudantes de Peruíbe - AEP. Trabalhei também em outras áreas. Atualmente, escrevo para "O Garoçá / Editoria Livre" e para a "Revista Editoria Livre."


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