Viver sem tempos mortos

A atriz Fernanda Montenegro faz uma grande atuação teatral ao incorporar a personagem Simone de Beauvouir, uma filósofa e ensaísta francesa, defensora do feminismo, que, no começo de sua adolescência, viveu as grandes repressões impostas pelas famílias burguesas do século passado e resolveu se libertar do conservadorismo tão presente na época. Ainda jovem ela sai de casa e, mais tarde, passa a viver com Jean Paul Sartre, que se tornaria seu marido, com quem ela vive intensos momentos de prazer e compartilha das mais diversas experiências que a denotam como uma pessoa que quer ser totalmente livre e independente, além de estar desvinculada de qualquer regra que as mulheres daquela época eram submetidas.

Neste monólogo dramático que tem 60 minutos de duração, Fernanda Montenegro leva a plateia a viajar no tempo e mergulhar nos conflitos do passado e a reviver ou entender grandes acontecimentos como a revolução de 68, em que a sociedade feminina começa a se impor para conquistar seu papel em um ambiente que ainda era muito marcado pelo machismo e por pensamentos extremamente conservadores. À medida que o monólogo vai se desenrolando, Fernanda, que com 82 anos de idade se mostra totalmente disposta e entregue a sua personagem, se supera em proporção à intensidade da emoção e dos conflitos vividos por Simone de Beavouir.

Por Mariana Mascarenhas

Sobre o autor

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Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.


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