Proposta para os novos posts

Atualmente, por questões acadêmicas, tenho me debruçado sobre o tema dos intelectuais. Em especial, sobre o tema do intelectual moderno. Tenho como objeto de estudo da minha dissertação de mestrado o Julio de Mesquita Filho, jornalista, editor do jornal O Estado de S. Paulo. Meu recorte é o da participação desse comunicador na fundação da Universidade de São Paulo (USP), em 1934.

Não é preciso dizer que as intervenções de Mesquita Filho começaram bem antes. Uma universidade como a USP não se constroe da noite para o dia. Basta ver a elaboração e publicação do Inquérito, no ano de 1926, com a participação do Fernando Azevedo.

Tenho, portanto, interesse em publicar, aqui no blog, os resultados parciais da minha pesquisa. E isso inclui os conceitos e autores que me ajudarão a embasar esse trabalho. E é exatamente por isso que inicio essa conversa de hoje. O conceito de intelectual moderno, que surge -segundo alguns autores – a partir do caso Dreyfus, é algo que me custa aceitar. Não é que eu não entenda, apenas discordo.

Se você não sabe o que é o caso Dreyfus, não se preocupe, esclarecerei esses e outros acontecimentos no decorrer das próximas postagens. De qualquer modo, o que quero abordar hoje é o recente burburinho sobre a Bel Pesce. Digo isso porque há muito se tem dilatado as concepções sobre o intelectual. A dilatação chegou a tal ponto que, pessoas como o Gregório Duvivier, Fábio Porchat, Rodrigo Constantino, Kim Kataguiri e Bel Pesce são vistos como tal.

Há alguns anos, o cientista político, Raymundo Faoro, propôs que Lula se tornasse membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Não importa se ele não tem uma única obra literária publicada, o importante é que ele é uma pessoa que se destacou politicamente e, por esse motivo, é conceituado como um intelectual.

Talvez o amigo leitor ache que eu estou brincando. Infelizmente, não estou. Quero começar a expor essas questões, de modo informal, nos próximos artigos. Sinto que algo de muito errado está acontecendo à nossa nação.

Dentro de um cenário como esse, não dá para ficar admirado que a Menina do Vale tenha enganado tanta gente durante tanto tempo. O que está gravemente errado – além do fato dela ter inflado o currículo – é a percepção do brasileiro, que já não consegue perceber quando o rei está nu.

José Fagner Alves Santos

Sobre o autor

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José Fagner Alves Santos é jornalista (MTB 0074945/SP), formado em Letras. Mestre em Educação. Fã de Ernest Hemingway, Tom Wolfe, Gay Talese, Hunter Thompson, John Hersey e Eliane Brum. Faz um arremedo de jornalismo literário. Publica sempre às segundas aqui no Editoria Livre e apresenta o podcast que é publicado às quartas. Colabora com o Portal Café Brasil.


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