Nova coluna sobre histórias em quadrinhos

Existe uma distância significativa entre histórias em quadrinhos e literatura. Não faço aqui juízo de valor. Não quero dizer que esta é melhor do que aquela, são duas formas de contar histórias. As duas são muito válidas e com funções específicas.

Imagem de OpenClipart-Vectors por Pixabay

Boa parte das leituras que fiz no início da adolescência foi de HQs. Esse é, ao menos na minha visão, um formato muito mais próximo do cinema que da literatura. Ninguém teria coragem de desqualificar o formato audiovisual, mas ainda existem muitos que tentam diminuir a arte sequência impressa.

Estive me questionando se isso não estaria relacionado à errônea compreensão de que as histórias em quadrinhos seriam um gênero em si. Muitos são os que acham as HQs sinônimo de super-herói ou de formatos infantis, como A Turma da Mônica ou os quadrinhos Disney. Não dá para culpar essas pessoas. Impulsionados pelos filmes de super-heróis, que ocupam quase todas as salas de cinema no período de estreia, ficamos com essa visão distorcida de que a sétima arte se resume às produções Marvel e DC.

Já li muito esse tipo de quadrinhos, atualmente não consigo mais. Entendo quem continua lendo, mas no momento estou em outra fase. Leio Mágico Vento, Tex, Zagor, Lobo Solitário, Vagabond, Loco Chávez, Adeus Chamigo Brasileiro, Maus e muita literatura. Volto a dizer, não faço juízo de valor, essa é apenas minha fase atual. Conto isso tudo para exemplificar que os super-heróis são uma pequena fração do mundo das histórias em quadrinhos. É preciso enxergar esse formato como mídia, como meio para se contar uma história, qualquer tipo de história.

Se você não conhece algum desses títulos que citei, recomendo que vá atrás. Busque informação, tente ler algum deles. Talvez você possa gostar, talvez você possa enxergar as possibilidades desse formato.

Já escrevi aqui sobre o meu início no mundo dos quadrinhos (v. Quadrinhos não têm que ser coisa só de nerd), sobre meu distanciamento dos super-heróis (v. Quadrinhos não é coisa de nerd) e sobre ter voltado a lê-los (v. Relembrando os velhos tempos). Minha proposta é criar aqui, neste espaço, uma coluna para falar do assunto. Toda quarta-feira teremos um post sobre HQs. Vamos ver no que vai dar.

 

José Fagner Alves Santos

Sobre o autor

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José Fagner Alves Santos é jornalista (MTB 0074945/SP), formado em Letras. Mestre em Educação, Doutor em Literatura. Fã de Ernest Hemingway, Tom Wolfe, Gay Talese, Hunter Thompson, John Hersey e Eliane Brum. Faz um arremedo de jornalismo literário. Publica sempre às segundas aqui no Editoria Livre e apresenta o podcast que é publicado às quartas. Colabora com o Portal Café Brasil.


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