Espetáculo de comédia conta a história do teatro desde a sua origem até hoje

Foto Lenise Pinheiro

Uma das manifestações artísticas mais antigas de todos os tempos, o teatro teve sua origem no século VI a.C, na Grécia, a partir de festas realizadas em homenagem a Dionísio, deus do vinho. A cada ano, na época da primavera, momento da vinhada na região, rituais sagrados, procissões e recitais aconteciam durante diversos dias seguidos, marcando as celebrações. Acredita-se que o que realmente tenha marcado o início do teatro fora a atitude de um homem chamado Tépsis, que, durante uma das celebrações, resolveu usar uma máscara humana enfeitada com cachos de uva, representando, assim, o deus Dionísio.

A partir dessa ousada e corajosa atitude – já que se tratava de algo impensável até então – Tépsis passou a ser considerado o primeiro ator do Ocidente. Até os dias atuais, são incontáveis as transformações sofridas pelo teatro, desde então, e pela forma como é percebido tanto no passado quanto no presente. E que tal viajar no tempo para conhecer ou relembrar a história teatral, desde a Antiguidade até os dias atuais, incluindo a chegada do teatro no Brasil, em aproximadamente 90 minutos? E melhor ainda, com pitadas de humor e muitas risadas?

Pois é justamente esta a tarefa que os atores Marcelo Médici e Ricardo Rathsam cumprem com maestria no palco do Teatro FAAP, por meio do espetáculo encenado e escrito por eles: Teatro para Quem Não Gosta. A comédia se inicia com uma reflexão proposta pela dupla, sobre a possibilidade da morte do teatro. Em seguida, o elenco assume diferentes papéis de peças que marcaram épocas e são fundamentais para melhor compreensão da história do teatro.

Sempre com toques humorísticos, dotados de sarcasmo e algumas interações com a contemporaneidade, os atores encaram desde a encenação bem sintetizada de clássicos, como Édipo Rei, de Sófocles, e Romeu e Julieta, de Shakespeare, histórias infantis, como A Pequena Sereia, os musicais, chegando até a vinda do teatro para o Brasil – com uma encenação bem-humorada e bem elaborada incluindo a chegada dos jesuítas, as influências de Nelson Rodrigues, a censura imposta pela Ditadura Militar, entre diversos outros destaques em nosso País.

Com apenas um cenário, Médici e Rathsam são ágeis, versáteis, espontâneos, bem articulados e super desenvoltos em cada um dos papéis que assumem. Enquanto o primeiro se desdobra em mais de 20 personagens, o segundo encara 12 papéis, cada um ao seu modo, numa transformação cênica tão bem trabalhada, que cria a ilusão de vários atores em cena.

Enfim, o espetáculo é recomendável por divertir ao mesmo tempo em que oferece uma aula sobre a história do teatro, e assim acaba atraindo amantes e não amantes desta arte, como explicitado no título. Além disso, ela ressalta por que o teatro continua a sobreviver, mesmo depois de mais de 2000 anos, em meio às crises e tendo que competir com tantas outras manifestações artísticas surgidas posteriormente

Serviço:

Teatro para Quem Não Gosta

Onde: Teatro FAAP: Rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo – SP

Quando: quintas, às 21h

Quanto: R$ 90 (inteira). Vendas na bilheteria (terça à sábado, das 14h às 20h) ou pelo site faap.br/teatro

Até dia 15 de novembro de 2018

 

Sobre o autor

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Mestra em Ciências Humanas. Jornalista. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e em Comunicação Empresarial.
Assessora de Comunicação. Blogueira de Cultura e de Mídias.
Sou apaixonada por programas culturais – principalmente cinema, teatro e exposição – e adoro analisar filmes, peças e mostras que vejo (já assisti a mais de 150 espetáculos teatrais). Também adoro ler e me informar sobre assuntos ligados às mídias de modo geral e produzir conteúdos a respeito.


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